No final de um debate com os 12 candidatos à presidência do município, na Antena 1, Fernando Medina foi questionado sobre a possibilidade de um acordo com o BE (já feito no atual mandato) ou com a CDU e respondeu que “cada um é avaliado” neste processo eleitoral.
“Serei avaliado, e o PS, pela obra feita, por aquilo que realizamos ao longo dos últimos anos, e por aquilo que foi a nossa resposta à pandemia e também por aquilo que nos propomos a fazer. Agora é hora de dialogar com os lisboetas e eles decidirem”, disse.
Fernando Medina foi também questionado sobre o objetivo de ter maioria absoluta, perdida pelo PS em 2017, o que levou ao acordo com o BE, com a atribuição de pelouros ao vereador bloquista.
“Não conheço nenhum partido que concorra a qualquer eleição e não procure ter o melhor resultado possível, não conheço. Agora é o momento de dialogarmos todos com os lisboetas que têm o poder soberano de no dia 26 decidir e, depois, [será o momento] de os partidos terem a capacidade de saber ler os resultados e encontrar as soluções para a governabilidade”, afirmou.
Na quarta-feira, a líder do BE, Catarina Martins, manifestou “toda a disponibilidade” para reeditar o acordo pós-eleitoral de 2017 com o PS na Câmara de Lisboa e continuar a “mudança de paradigma”, avisando que os socialistas querem “sempre maioria absoluta”.
Hoje, no debate da Antena 1, o cabeça de lista comunista em Lisboa, que concorre pela terceira vez à presidência da autarquia, João Ferreira, disse estar preparado para assumir todas as responsabilidades, mas advertiu para não lhe pedirem para ser “bengala de políticas que precisam de ser mudadas”.
Em 2017, houve conversações entre o PS e a coligação formada por PCP e PEV, mas não resultaram num acordo.
“Estamos preparados para disputar e assumir todas as responsabilidades em Lisboa, incluindo a presidência. Também estamos prontos com a força que tivermos para desenvolver um trabalho, quaisquer que sejam as circunstâncias, tenhamos ou não pelouros. É nossa vontade ter responsabilidades diretas no governo da cidade”, admitiu João Ferreira.
Ainda sobre o tema, e questionado sobre se ficará na Câmara de Lisboa como vereador, caso não vença as eleições, o social-democrata Carlos Moedas, da coligação de direita “Novos Tempos”, frisou estar na corrida “para liderar Lisboa”.
“Na vida cumpri sempre os meus mandatos até ao fim e cumprirei sempre, mas este mandato será de presidente da câmara e cumprirei até ao fim. Cumprirei sempre qualquer mandato. A resposta é sim”, afirmou.
As questões da habitação e da mobilidade dominaram hoje o debate com todos os cabeças de lista ao executivo da capital.
Fernando Medina foi questionado sobre se a sua maior falha no mandato atual foi não dar habitações a todos os que delas necessitam e referiu que o seu trabalho ficou marcado “por vicissitudes, além da pandemia”.
Seguiram-se críticas à gestão socialista, com os partidos mais à esquerda a insistir na necessidade de alargar o parque habitacional público, enquanto os partidos mais à direita a insistir na recuperação do património municipal.
Ao nível da mobilidade, a maioria dos candidatos sugeriu que as ciclovias existentes na cidade devem ser repensadas.
Houve unanimidade na defesa da melhoria dos transportes públicos, que para vários candidatos devem ser gratuitos, e foram feitas várias referências ao impacto ambiental desse investimento: menos carros e uma melhoria da qualidade do ar.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa, em 26 de setembro, Fernando Medina (coligação PS/Livre) Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (CDU), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
O executivo é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é muita gente), um do BE, quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
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