Em comunicado enviado às redações a GNR informa que "está a desencadear uma operação policial na área metropolitana de Lisboa e Setúbal, dando cumprimento a 42 mandados, dos quais 26 em residências e em veículos, e 16 de detenção". Até ao momento, foram "detidas 13 pessoas, pela prática de crimes de furto e roubo, ao longo de todo o território nacional".

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Unidade de Intervenção da GNR, Tenente-Coronel Carlos Almeida, explicou que, além dos 13 elementos já detidos, de nacionalidade portuguesa, é previsível que no decorrer do dia de hoje sejam detidos mais três suspeitos de pertencerem a esta rede criminosa.

O oficial referiu que os 16 suspeitos no total, 12 mulheres e quatro homens, com idades entre os 20 e os cerca de 45 anos, já tinham todos antecedentes criminais por roubos e furtos, acrescentando que, no âmbito deste inquérito, “há vários” outros arguidos constituídos, os quais se encontram em prisão preventiva ou em prisão domiciliária ao abrigo de outros processos.

Em causa está uma investigação com dois anos que visava um grupo organizado cujos membros de se faziam passar por enfermeiros e assistentes sociais para ganhar a confiança das vítimas, entrando em suas casas e assaltando-os em seguida.

"Os suspeitos selecionavam as vítimas, maioritariamente idosos vulneráveis, residentes na zona interior do país, e através de manobras de distração entravam nas suas residências das quais furtavam ouro e dinheiro, recorrendo à violência sempre que estas ofereciam resistência. A GNR neste processo, em investigação há cerca de 2 anos, registou mais de 30 vítimas, tendo-lhes sido subtraídos bens num valor superior a 100 mil euros", informa a força de segurança.

"Eram as mulheres que executavam estes processos. O homem conduzia, as mulheres abordavam os idosos, frágeis. Uma falava, as outras infiltravam-se nas residência para efetuar os roubos", referiu ao SAPO24.

Entre as manobras de distração utilizadas estava o "fazerem-se passar por empregadas de limpeza a mando da paróquia local; fazerem-se passar por assistentes sociais do centro de saúde para auxiliar os idosos a tomar a medicação; solicitavam papel e caneta para deixar um recado a vizinhos; solicitavam um copo de água porque se sentiam mal. Para não serem detetados, alternavam, com muita frequência, de viaturas de aluguer de curta duração, nos seus deslocamentos ao longo de todo o território nacional", detalha a GNR.

Este grupo atuava, sobretudo, nos distritos de Lisboa e de Setúbal (nos concelhos de Loures, Sintra e Montijo), mas há registo de assaltos a residências perpetrados por estes elementos noutras zonas do país, nomeadamente em Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, e em Castelo Branco, segundo o Tenente-Coronel Carlos Almeida.

Os detidos serão presentes, no dia 27 de junho, ao Tribunal Judicial de Sintra para 1.º interrogatório e aplicação de medidas de coação.

A operação envolve 275 elementos das Forças de Segurança, entre militares da GNR, nomeadamente da Unidade de Intervenção, da Direção de Investigação Criminal, do Grupo de Intervenção de Ordem Pública e dos Comandos Territoriais de Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal, e elementos da Polícia de Segurança Pública.

As diligências ainda prosseguem, adianta ainda a GNR.