"Nunca se sintam parceiros menores desta coligação, porque não somos, somos aliados", afirmou na sua primeira intervenção perante o 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre até domingo em Viseu.
Nuno Melo, que é recandidato à liderança do partido, apresentou a moção de estratégia global que apresentou a esta reunião magna e repetiu a ideia que já tinha deixado em declarações aos jornalistas à chegada: "Nestas eleições, o CDS não foi muleta e o PSD não foi barriga de aluguer".
O presidente centrista considerou que "os dois partidos souberam ler os tempos" e "foram realmente essenciais para a derrota do PS, das esquerdas, para a mudança do ciclo político"
"A vitória foi possível porque CDS e PSD juntaram esforços e votos", afirmou, sustentando que o "CDS foi realmente determinante" e isso deve ser dito "com orgulho".
Na sua intervenção, durante a qual foi aplaudido várias vezes de pé, Nuno Melo afirmou que o CDS-PP juntou "votos e mandatos" à AD e defendeu que o partido aporta também a sua singularidade.
No futuro, o líder quer que o CDS-PP abrace "novas causas incontornáveis do século XXI" e indicou que vai modernizar a comunicação e a linguagem por forma a "atrair mais jovens".
"O CDS não é um partido antigo, é um partido moderno que tem respostas para os problemas que sentem", defendeu.
Num discurso de quase meia hora, Nuno Melo pediu aos centristas “que se animem, que estejam felizes” neste dia “muito importante” para o CDS-PP, sustentando que o partido “conquistou muita coisa” e isso deve-se "a todos".
O recandidato disse ter passado os últimos dois anos “a construir pontes, a falar para fora”.
“Não perdi um segundo a falar para dentro e a pensar em ajustes de contas. Fazemos todos falta no CDS, sem exceção”, indicou.
O também ministro da Defesa Nacional disse também que a direção fez uma “reestruturação administrativa e financeira impressionante”, salientando que “só foi possível” com os militantes e o pagamento de quotas.
Melo indicou que a dívida do partido foi “amortizada em mais de 900 mil euros” e as hipotecas sobre as sedes foram levantadas.
O presidente do CDS-PP referiu especificamente da sede nacional, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa.
Referindo do que "durante o PREC a extrema-esquerda cercou e assaltou a sede, destruiu património e rasgou documentos", Nuno Melo disse que "há dois anos outros extremistas que davam como certo o desaparecimento do CDS anunciaram que seriam os novos donos do Caldas", referindo-se ao Chega.
"Não, não são os novos donos do Caldas. A sede do Caldas, a sede nacional é nossa, será nossa", salientou, afirmando que faz parte da identidade do partido, o que levantou o congresso.
Num balanço do seu mandato, o antigo eurodeputado salientou que "todos os objetivos foram cumpridos, sem exceção".
"Se o ciclo desta direção acabasse agora, entregaríamos aos vindouros mais do que aquilo que recebemos", disse, afirmando que "se o partido até aqui resistiu, tem de crescer".
Aproveitando o nome da sua moção de estratégia global, apontou que "é tempo de crescer" e garantiu que vai empenhar "os melhores" nessa missão.
O líder centrista advogou que o CDS “é um partido realmente liberal na criação de riqueza e na visão de mercado, mas é profundamente social e democrata-cristão na sua distribuição”.
Nuno Melo prometeu também “muita renovação” e indicou que o partido vai dar esse sinal nas eleições europeias.
(Artigo atualizado às 16h06)
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