A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) publica hoje o relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo aos primeiros oito meses do ano indicando que no período em análise em comparação com 2019 se registaram menos 6.267 acidentes com vítimas (-27%), menos 58 vítimas mortais (-18,5%), menos 334 feridos graves (-21,7%) e menos 8.484 feridos leves (-30,1%).
De janeiro a agosto foram registados 16.941 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 255 óbitos ocorridos no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.202 feridos graves e 19.733 feridos leves.
Segundo o documento, no período em análise, 64,4% do total dos acidentes registaram-se em cinco distritos: Lisboa (21,0%), Porto (17,8%), Braga (9,6%), Aveiro (8,2%) e Setúbal (7,8%).
Mais de metade das vítimas mortais (51,3%) registaram-se na rede rodoviária sob responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (39,2%), Ascendi (5,1%), Brisa (3,9%) e Câmara Municipal de Lisboa (3,1%).
O relatório dá conta ainda que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (51,2%) com o maior número de feridos tanto graves como ligeiros, apesar do maior número de mortes ter decorrido de despistes (47,1%).
Segundo a ANSR, face ao período homólogo, os despistes ocorridos nos primeiros oito meses do ano, provocaram menos 28 vítimas mortais (-18,9%) e 85 feridos graves (-14,6%).
“Nos atropelamentos registaram-se menos duas vítimas mortais (-4,7%) e menos 112 feridos graves (-40,0%) e nas colisões observou-se uma diminuição de 28 vítimas mortais (-23,0%) e 137 feridos graves (-20,4%)”, indica o relatório.
Quanto ao tipo de via, a maioria dos acidentes com vítimas ocorreram em arruamentos (63,1% dos acidentes, 34,9% dos mortos, 44,3% dos feridos graves e 61,1% feridos leves) e o maior decréscimo de mortos registou-se nas estradas nacionais (-15) e o de feridos graves em arruamentos (-188) face ao mesmo período de 2019.
O relatório indica ainda que 65,9% das vítimas mortais eram condutores, 16,9% passageiros e 17,3% peões e, comparativamente com o período homólogo de 2019.
No caso dos feridos graves, a proporção de condutores foi superior (68,7%), enquanto a de passageiros aumentou para 17,2% e de peões diminuiu para 14,1%. Em comparação com igual período do ano passado, houve menos 21,9% dos condutores mortos e menos 42,1% de peões gravemente feridos.
Quanto aos veículos que tiveram envolvidos em acidentes, os automóveis ligeiros foram a maioria (74,4%).
Na área da fiscalização, o relatório refere que foram fiscalizados mais de 75,8 milhões de veículos entre janeiro e agosto, o que significa um aumento de 31% em comparação com o período homólogo de 2019, devido ao acréscimo de 37,2% dos sistemas de radares da ANSR e de 39,4% dos radares da Polícia Municipal de Lisboa.
Nestas ações foram detetadas mais de 844 mil infrações, o que representou uma redução de 1,8% face ao ano anterior, sendo o excesso de velocidade (63,9% das vezes) a contraordenação mais registada.
O documento salienta igualmente que foram fiscalizados cerca de 64,6 milhões de veículos entre janeiro e julho, um aumento de 28,1% em comparação com igual período de 2019, devido ao acréscimo de 34,4% dos sistemas de radares da ANSR e de 44,8% dos radares da Polícia Municipal de Lisboa.
Segundo a ANSR, nestas ações foram detetadas mais de 728 mil infrações, o que representou uma redução de 0,4% face ao ano anterior, sendo o excesso de velocidade a contraordenação mais registada, com 63,9% do total.
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