A líder alemã defendeu que a data de 20 de julho de 1944 deve ser recordada, “não só por aqueles que agiram (nesse dia), mas também por todos que se posicionaram contra o domínio nazi”.
“Hoje somos igualmente obrigados a opor-nos a todas as tendências que procuram destruir a democracia. Isso inclui o extremismo de direita”, reforçou a chanceler, citada pelos ‘media’ internacionais, exortando ainda a sociedade civil a integrar ações que fortaleçam a democracia.
A chanceler alemã ainda acrescentou que “há momentos em que a desobediência é obrigatória”, lembrando ainda a importância de preservar na memória os envolvidos na “Operação Valquíria” para que “as lições da História não se desvaneçam”.
Angela Merkel dirigiu ainda palavras de agradecimento ao oficial alemão de origens aristocratas Claus von Stauffenberg que, com outros conspiradores, tentaram matar Hitler, em 1944, com um explosivo escondido numa mala durante uma reunião no quartel-general do ‘führer’, perto de Rastenburg, atualmente território da Polónia.
Claus von Stauffenberg e cerca de 200 coconspiradores foram capturados e executados.
A “Operação Valquíria”, uma tentativa de golpe falhada que implicou vários milhares de militares e civis, foi o ato de resistência mais famoso contra o regime de Hitler.
“Foram soldados modelos que se levantaram contra a tirania”, destacou, por sua vez, a ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, que assumiu a pasta esta semana após a eleição de Ursula Von der Leyen para presidir a Comissão Europeia.
Nos últimos anos, a Alemanha tem testemunhado um aumento de ataques associados à extrema-direita, bem como um crescimento político de forças desta corrente.
Com uma agenda anti-imigração e nacionalista, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita) é atualmente a terceira força política no Parlamento alemão.
Em junho passado, um autarca alemão, Walter Lübcke, foi assassinado em Kassel, no Estado de Hesse (centro da Alemanha), e o principal suspeito, segundo as autoridades alemãs, é um simpatizante da extrema-direita.
Segundo dados governamentais recentes, existem cerca de 24 mil extremistas de direita na Alemanha, dos quais 13 mil estão identificados como potencialmente violentos.
Milhares de pessoas saíram hoje à rua em Kassel para protestar contra uma marcha neonazi, convocada há cerca de sete semanas após a morte de Walter Lübcke.
Cerca de 8.000 pessoas participaram na manifestação antinazi, segundo dados da polícia local, enquanto a marcha promovida pelo partido radical Die Rechte reuniu cerca de 500 pessoas.
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