“O veredicto contra Alexei Navalny está muito longe das regras do Estado de Direito. Navalny tem de ser libertado imediatamente. A violência contra os manifestantes pacíficos tem de parar”, instou Merkel através de uma mensagem publicada na rede social Twitter pelo porta-voz da chanceler, Steffen Seibert.

O líder da oposição russa foi hoje condenado a dois anos e seis meses de prisão. O juiz determinou que o opositor russo violou a liberdade condicional por não ter comparecido junto das autoridades competentes, no ano passado.

Navalny foi detido em 17 de janeiro depois de regressar da Alemanha, onde esteve em convalescença, depois de um envenenamento que atribuiu ao Kremlin, apesar dos desmentidos das autoridades russas.

O ativista e crítico acérrimo do Kremlin denunciou recentemente a alegada corrupção de do Presidente Vladimir Putin na construção de uma luxuosa mansão, um documentário com quase duas horas, publicado há duas semanas no canal de YouTube de Navalny.

Navalny que é o mais proeminente líder opositor de Putin, tinha denunciado o processo como uma tentativa vã do Kremlin de assustar milhões de russos até a submissão.

A partir de uma cela em vidro no tribunal, Navalny atribuiu a sentença que conheceu hoje ao “medo e ódio” de Putin, alegando que o Presidente russo ficará na história como um “envenenador”.

“Eu ofendi-o profundamente, apenas por sobreviver à tentativa de assassínio que ele ordenou”, disse Navalny.

“O objetivo desta audiência é assustar um grande número de pessoas. Mas ele não pode prender um país inteiro”, acrescentou o líder oposicionista, quando conheceu a sentença, por ter violado a liberdade condicional a que estava sujeito.

O partido oposicionista de Alexei Navalny já apelou, através de mensagens na rede social Twitter, a uma nova manifestação contra a detenção e a sentença de prisão do líder, procurando mobilizar os milhares de manifestantes que nas últimas semanas protestaram contra o regime de Putin.

O serviço penitenciário da Rússia alega que Navalny violou as condições de liberdade condicional da sua pena suspensa de uma condenação por lavagem de dinheiro, conhecida em 2014, que o líder russo rejeitou, alegando ter motivação política.

Navalny sublinhou que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem decidiu que a sua condenação de 2014 era ilegal e a Rússia pagou-lhe mesmo uma indemnização, em linha com essa decisão judicial internacional.

Para se defender da acusação de violação da liberdade condicional, os advogados de Navalny argumentaram que a sua não comparência perante as autoridades se deveu ao facto de o líder político estar a recuperar-se de envenenamento na Alemanha.

Navalny também disse que os seus direitos foram violados grosseiramente durante a sua detenção e descreveu esse episódio como uma “paródia de justiça”.

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