O ordenado mínimo em Portugal é de 760 euros, pelo que, aqueles que o ganham dificilmente poderão pensar em pagar o dobro para uma residência sénior, quando se reformarem. No entanto, metade dos portugueses parece disposto a isto, ou seja, pagar 1500 euros para viver num destes alojamentos.

Os dados, a que o SAPO24 teve acesso, são da Via Senior, uma plataforma que reúne este tipo de alojamentos.

“Tendo por base os vários milhares de pedidos recebidos pela plataforma de referência no mercado sénior, que agrega a oferta de mais de 2.600 residências em todo o País, registam-se centenas de solicitações de camas para familiares idosos por valores até 500 ou 750 euros. Contudo, 24,3% dos registos dão conta da disponibilidade das famílias para suportarem um encargo mensal até 1.000 euros”, salienta a Via Senior, referindo depois que “mais de metade dos pedidos rececionados pela Via Senior aponta para valores um pouco mais elevados. Segundo os dados compilados em cerca de um ano de atividade no mercado nacional, 50,4% pretende uma vaga numa ERPI com um valor mensal que poderá ascender aos 1.500 euros”.

Dados os valores que são pedidos para lares e residências seniores, e novamente de acordo com esta estatística da Via Senior, os filhos, que costumam tomar conta dos pais neste período de reforma, procuram estes estabelecimentos cada vez mais tarde.

“Só 18,7% dos pedidos recebidos foram para pessoas com uma idade compreendida entre os 70 e os 79 anos, concentrando-se 57,3% dos pedidos no caso de idosos que têm mais de 80 anos (até aos 89 anos). É também elevado o número de solicitações para entrada em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) para homens e mulheres com mais de 90 anos, registando-se ainda casos em que as famílias procuram soluções para pessoas que já têm mais de 100 anos”, salientam.

No que diz respeito à geografia, “52,7% dos pedidos recebidos tinham intenção de encontrar uma solução para um familiar idoso no distrito de Lisboa, seguindo-se o Distrito do Porto (15,5%) e o de Setúbal (10,5%)”.