O administrador não executivo da Metro do Porto em representação da AMP, Marco Martins, também presidente da Câmara de Gondomar, adiantou à Lusa que a empresa decidirá pela construção das linhas do Porto e Gaia, por serem “as mais rentáveis, de acordo com os estudos” que a Metro encomendou.
A possibilidade de a expansão da rede do Metro do Porto avançar surgiu em abril do ano passado, quando o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu 400 milhões de euros de investimento para a ampliação deste meio de transporte público em Lisboa e no Porto.
Desde então, vários projetos de linhas foram reanalisados pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto a pedido da Metro, que pretendeu otimizar custos face aos definidos em estudos existentes desde 2011.
De acordo com Marco Martins, os estudos em causa “apontam que a linha de Gondomar [projetada anteriormente] é pouco rentável”, mas já há “o compromisso do Governo” de estudar o novo projeto que a Câmara apresentou, entretanto, para a expansão do metro no concelho.
A Câmara de Gondomar enviou recentemente uma proposta para construção de uma nova ligação no concelho ao Ministério do Ambiente, com um custo estimado em 110 milhões de euros.
Segundo Marco Martins, a nova ligação do metro “é mais barata e tem mais procura [do que a anterior]”, além de que “serve o Porto”.
O desenho prevê uma ligação do centro de Gondomar ao Estádio do Dragão, passando por Valbom mas servindo também os bairros do Lagarteiro e do Cerco, no Porto.
Os 280 milhões de euros disponíveis para a expansão do Metro permitirão, assim, construir a linha de Gaia até Vila D’Este e uma ligação entre a Casa da Música e a estação de São Bento, no Porto.
O jornal Público revelou, em janeiro, que estas obras no Porto podem custar 140 milhões de euros e as de Gaia mais de 120 milhões.
Em 2011, a 2.ª fase de expansão da rede do Metro do Porto previa a construção de linhas que abrangem os concelhos do Porto, Matosinhos, Gaia e Gondomar.
Os autarcas da Maia e da Trofa reclamam, por seu lado, a extensão do Metro até ao Muro (Trofa), considerando que é uma questão de “justiça” o troço em causa ser abrangido pelo pacote financeiro anunciado no âmbito do Plano Nacional de Reformas.
A conferência de imprensa da Metro do Porto para anúncio e apresentação das novas linhas da rede, marcada para as 11:00, contará com a presença dos membros do conselho de administração da empresa, do Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do Secretário Adjunto e do Ambiente, José Mendes.
No dia 23 de janeiro, o ministro do Ambiente, que tutela este transporte público, remeteu para hoje o anúncio das linhas a construir, afirmando que “as razões da evolução da rede do Metro do Porto são claras, objetivas”.
“Naturalmente que, tendo impacto forte no território, [o assunto] tem de ser discutido com as autarquias, mas, com o devido respeito, [as decisões] não partem de vontades, partem de um estudo que foi feito”, disse então Matos Fernandes aos jornalistas.
A Metro do Porto é detida a 60% pelo Estado, pertencendo os restantes 40% à Área Metropolitana do Porto (AMP).
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