Reagindo às críticas da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), que na segunda-feira contestou as “propostas gravosas" apresentadas para a nova ponte de metro sobre o Douro, evocando “questões de defesa da paisagem e salvaguarda patrimonial”, Tiago Braga salientou que “o processo de avaliação foi feito com um júri muito abrangente”.
“O Metro do Porto não tomou uma decisão dentro de portas, foi uma decisão tomada com a comunidade, mais uma vez com representantes da Ordem dos Arquitetos, da Ordem dos Engenheiros, com o envolvimento das duas câmaras municipais [Porto e Gaia], com a Direção Regional de Cultura do Norte [DRCN] e, naturalmente, com elementos do Metro do Porto”, sustentou Tiago Braga, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras de expansão de Linha Amarela do Metro do Porto, em Vila Nova de Gaia.
Numa reação às críticas da FAUP, que se escusou a classificar, aquele responsável reiterou apenas que a empresa atuou de forma a envolver toda a comunidade, nomeadamente a científica, por forma a que a nova infraestrutura inclua “as diferentes perspetivas de todas as partes”.
“Isto significou que o Metro do Porto teve um cuidado muito grande de forma a envolver a comunidade na escolha das soluções. Foram apresentadas 27 soluções, sendo que uma solução até tem duas variantes. Foram [na prática] 28 trabalhos que o júri (…) analisou perante aquilo que era a solução consensualizada entre a Câmara do Porto e a Câmara de Gaia, e aquilo que eram os objetivos de uma linha que é uma linha absolutamente estruturante para toda a Área Metropolitana do Porto, nomeadamente para a zona sul”, salientou.
Uma semana depois de terem sido conhecidos os três projetos finalistas para a nova ponte para o metro que irá ligar Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, à Casa da Música, no Porto, a FAUP indicou que, tal como a Reitoria da Universidade do Porto, não foi contactada pela Metro do Porto e que "apenas no momento do lançamento do Concurso tomaram conhecimento do traçado e demais termos de referência de desenho da intervenção".
"Com o conhecimento das propostas apresentadas a concurso e a 'Decisão de Seleção' confirmaram-se as expectativas mais negativas. As determinantes impostas no Concurso traduziram-se em propostas gravosas e penalizadoras para a paisagem e contexto urbano, dado o traçado, cota e perfil que impõem à nova ponte", adiantou aquela faculdade, numa nota partilhada na sua página da Internet.
É, por isso, defendida “uma Zona Especial de Proteção que salvaguarde as relações do edifício com a envolvente”.
O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.
Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.
O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar – Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.
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