Em causa, um plano aprovado quinta-feira pelo Governo e que destina 620 milhões de euros à rede de metro do Porto, sendo que estão em estudo linhas que abrangem concelhos como Porto, Gondomar, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Trofa e Maia.
“A Metro do Porto, em articulação com os seus acionistas e o Governo, irá estudar com o devido detalhe, os vários cenários de expansão, tendo como ponto de partida as possibilidades de expansão analisadas em 2016 e 2017″, indica resposta remetida à agência Lusa.
Fonte da mesma empresa frisou que “os valores previstos no PNI 2020/2030 para a expansão da rede não estão neste momento afetos a quaisquer linhas ou zonas geográficas concretas”.
Mas, para o coordenador da área dos transportes na Área Metropolitana do Porto, Marco Martins, a prioridade é clara: “ligar o centro de Gondomar ao concelho do Porto”.
“Gondomar é o único concelho do primeiro anel que não tem uma ligação de metro do seu centro até ao Porto. E há que reforçar a rede em Vila Nova Gaia e em Matosinhos na parte norte, junto à Circunvalação”, defendeu.
Marco Martins, que é também presidente da Câmara de Gondomar, citando o último inquérito da mobilidade, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística em dezembro, frisou esta prioridade, juntando dados de Vila Nova de Gaia.
“Gondomar e Gaia são os municípios que mais debitam utilizadores de transportes públicos e são aqueles onde há mais uso do transporte individual, portanto, onde é necessário reforçar o transporte público”, disse o coordenador metropolitano da área dos transportes.
Neste investimento apontado para longo prazo não constam as linhas já aprovadas e em fase de concurso que são a Linha Rosa, que ligará a Casa da Música a São Bento, no Porto, e o prolongamento da Linha Amarela (Hospital São João-Santo Ovídio) até Vila D’Este, em Gaia.
Essas duas linhas têm já financiamento atribuído pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), bem como pelo Fundo Ambiental.
Assim, o PNI contempla sete outros focos de possível expansão desde Matosinhos Sul até à Casa da Música, num investimento de 250 milhões de euros que se traduz em 6,4 quilómetros, a uma segunda linha até Vila Nova de Gaia, a fazer através de nova travessia sobre o rio Douro, desde a Casa da Música até às Devesas, ou seja 4,3 quilómetros a custar 156 milhões de euros.
Também são linhas a estudar a de Campanhã, no Porto, até Valbom, e Gondomar, a qual implica um investimento de 202 milhões de euros em seis estações e 5,85 quilómetros.
A chamada Linha de S. Mamede (Fonte do Cuco, Matosinhos – Polo Universitário, Porto junto às Asprela) é outro dos percursos que poderá ser equacionado para investimento ao abrigo do PNI 2020/2030, sendo que esta custa 269 milhões de euros.
Uma das reclamações antigas no Grande Porto em relação ao metro é a ligação à Trofa, desde o Instituto Superior da Maia passando pela freguesia do Muro, no valor de 136 milhões, sendo que esta poderá ser outra das linhas a equacionar, uma vez que também consta da lista de percursos analisados anteriormente e que a Metro do Porto vai discutir com a tutela.
Somam-se uma linha circular entre a Casa da Música e Campanhã (286 milhões de euros) e a ligação da Faculdade de Engenharia até ao concelho da Maia (9,10 quilómetros e 11 estações).
Em declarações à agência Lusa, Marco Martins apontou, ainda, que a proposta inicial da primeira proposta do PNI fala em 500 milhões de euros, mostrando-se satisfeito pelo incremento de verba em mais 120 milhões.
“Neste momento está a acontecer um aumento muito grande do fluxo de pessoas pela retoma económica e, com a novidade do passe único, será apelativo. É necessário rapidamente reforçar as redes não só do transporte rodoviário, mas também o ferroviário, tendo o metro uma especial importância”, concluiu.
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