Michel Temer falava na sessão de abertura da XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP em Santa Maria, na ilha do Sal, Cabo Verde, que assume hoje a presidência rotativa desta organização, sucedendo ao Brasil.
O chefe de Estado e de Governo do Brasil destacou os resultados alcançados no último biénio em matéria de segurança alimentar e nutricional, na cooperação jurídica e de defesa e na valorização da língua portuguesa.
No final da sua intervenção, Michel Temer proclamou eleito presidente desta XII Cimeira da CPLP, por aclamação, o chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
Michel Temer dirigiu um “elogio especial” ao secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que esteve presente na anterior cimeira, realizada em Brasília, em novembro de 2016, e salientou que o Brasil propôs “como eixo da sua presidência” uma aproximação entre as agendas da CPLP e da ONU para o desenvolvimento sustentado.
“Buscámos também contribuir para melhor estruturar o trabalho da comunidade em torno de áreas concretas, que na verdade fazem a diferença no dia a dia das pessoas. Não bastam palavras, é preciso ação, é preciso execução”, acrescentou.
Temer descreveu a CPLP como um fórum “de extraordinário rigor”, com “uma fascinante diversidade cultural e humana, que encontra na língua portuguesa seu maior veículo de expressão e, naturalmente, seu meio mais sólido de verdadeira comunhão”.
“Temos também a nos unir esta aspiração por sociedades mais prósperas e justas. E, aliás, muitas foram as conquistas de nossos países através dos anos, primeiro, na promoção da paz, segundo, no aprimoramento institucional e, de uma maneira, no enfrentamento das desigualdades”, sustentou, ressalvando: “Mas, naturalmente, como sempre ocorre, muitos ainda são os desafios em desenvolvimento que compartilhamos”.
Segundo Temer, na presidência brasileira, as energias na CPLP “convergiram para o fortalecimento institucional”, tendo como principal propósito “implementar políticas públicas sempre mais eficazes”, e dando sequência ao “consistente legado deixado pela presidência de Timor-Leste”.
“Nós criámos entre nós valiosas redes de disseminação de experiências e saberes”, referiu.
Devido a problemas técnicas, esta parte do discurso não foi audível na sala de imprensa da cimeira, onde há cinco mesas pequenas e uma televisão com a transmissão da RTP África, sem meios para captação de som direto da sala onde estão reunidos os chefes de Estado e de Governo.
Mais à frente, Temer fez “brevíssimas referências” aos resultados que a CPLP “alcançou durante a presidência brasileira, defendendo, por exemplo, que houve “avanços significativos” na área da saúde.
“Também aprofundámos a cooperação jurídica na área da CPLP”, apontou. “Na defesa, demos sequência à já profícua coordenação, que contempla treinamento, saúde militar e respostas a catástrofes”, prosseguiu.
Michel Temer afirmou que os brasileiros se sentem em casa em Cabo Verde e que o Brasil deposita “as melhores expectativas” na presidência cabo-verdiana que agora começa.
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