O chefe de Estado esteve acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, pelo titular das Finanças, Henrique Meirelles, pelo da Casa Civil, Eliseu Padilha, pelo ex-presidente José Sarney, e pelo novo presidente do Senado, Eunicio Oliveira, entre outros.
Temer e a sua comitiva chegaram ao hospital na noite de quinta-feira e foram vaiados por um grupo de manifestantes à entrada do centro médico, que gritaram “golpistas”, já que pertencem a partidos que apoiaram a destituição da ex-presidente Dilma Rousseff.
Lula recebeu também, na quinta-feira, a visita do seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em 2008 perdeu a sua mulher, Ruth Cardoso.
Nessa altura, Lula abraçou-o e agora os ex-presidentes e rivais políticos repetiram o gesto, como revelou uma fotografia divulgada pelo Instituto Lula.
Marisa Letícia Lula da Silva, de 66 anos, morreu na quinta-feira depois de ter estado dez dias internada após de ter sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma.
A sua morte cerebral foi confirmada pelo Hospital Sírio-Libanês.
“A família Lula da Silva agradece todas as manifestações de carinho e solidariedade recebidas nesses últimos dez dias pela recuperação da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva. A família autorizou os procedimentos preparativos para a doação dos órgãos”, escreveu Lula da Silva na rede social Facebook.
Numa sessão no Congresso de Deputados, a deputada Benedita da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou a morte da ex-primeira-dama e pediu um minuto de silêncio.
“Eu anuncio a morte da esposa do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nos autorizou a fazer isso, e pedir um minuto de silêncio em nome de quem foi a primeira-dama do Brasil”, disse citada pela agência espanhola EFE.
Casada com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi primeira-dama do país entre os anos de 2003 e 2011.
O quadro clínico de Marisa Letícia Lula da Silva piorou no início da noite da última quarta-feira e voltou a ser sedada, segundo o médico Kalil Filho, chefe da equipa que cuidava da paciente.
Nascida em São Bernardo do Campo, cidade que faz parte da Grande São Paulo, em 1950, foi considerada uma primeira-dama discreta durante o Governo de Lula da Silva.
Cresceu numa família de onze irmãos e casou-se aos 19 anos. Três meses depois do primeiro casamento, quando estava grávida do primeiro filho, ficou viúva.
A ex-primeira-dama conheceu Lula da Silva em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos e casou com ele sete meses depois, tendo com ele três filhos.
Durante o tempo em que acompanhou o político brasileiro, Marisa Letícia foi condecorada por Portugal com a Ordem da Liberdade, em 2003, e com a Ordem Militar de Cristo, em 2008.
Apesar de sua atuação discreta, Marisa Letícia Lula da Silva viu o seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato no ano passado, tornando-se ré numa denúncia sobre a posse de um apartamento de luxo no Guarujá, litoral de São Paulo.
Os investidores do Ministério Público Federal alegam que este imóvel teria sido comprado para o ex-Presidente brasileiro pela construtora OAS em troca de favorecimentos ilícitos em obras do Governo.
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