A declaração aconteceu na abertura de uma reunião com ministros da área da segurança.
Foi a primeira vez que o Presidente brasileiro se manifestou sobre o episódio em Manaus, considerado pelo governo local como o maior massacre dentro do sistema prisional do Amazonas.
“Quero solidarizar-me com as famílias das vítimas daquele acidente horroroso no presídio em Manaus. A nossa solidariedade é governamental”, disse o Presidente.
Michel Temer aproveitou a oportunidade para anunciar medidas que vão constar de um plano nacional para a área de segurança pública, que deve ser lançado em breve pelo Ministério da Justiça.
Um dos anúncios adiantados pelo chefe de Estado brasileiro é a dotação de 150 milhões de reais (44,3 milhões de euros) para a instalação de bloqueadores de telemóveis nas cadeias para evitar que os presos comuniquem com o mundo exterior.
No último domingo, uma rebelião supostamente causada pela disputa de poder entre as fações criminosas Família do Norte (FDN), que atua no norte do país, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, aconteceu no complexo penitenciário Anísio Jobim (Compaj), provocando 56 mortos.
Deste total, pelo menos 30 presos foram decapitados, segundo as autoridades locais.
Também se registaram rebeliões noutras cadeias da região de Manaus.
Dezenas de presos fugiram no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), no Centro de Detenção provisória Masculino (CDPM), e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas confirmou que houve uma movimentação dos detidos, mas nenhum conseguiu escapar.
Nesta cadeia não houve registo de feridos ou mortos.
Na Unidade Prisional do Puraquequara quatro detidos foram encontrados mortos na segunda-feira, embora não tenha havido registo de nenhum motim ou fuga.
As rebeliões em Manaus criaram uma crise no sistema penitenciário brasileiro e o Governo federal teme que membros de fações como o PCC e o Comando Vermelho (CV), que controla o crime organizado no Rio de Janeiro, iniciem uma série de motins noutras unidades prisionais do país.
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