Segundo o Ministério do Interior britânico, o recorde diário anterior foi de 592 chegadas, no mês de agosto.
De acordo com a agência de notícias britânica PA, mais de 12.400 pessoas já cruzaram o canal da Mancha, um dos mais movimentados do mundo, em pequenas embarcações desde o início do ano. Este número é superior ao total de travessias do ano passado (mais de 8.000).
O Ministério do Interior disse que, com a colaboração das autoridades francesas, evitou mais de 10.000 tentativas de travessia este ano e fez quase 300 prisões desde julho de 2020. No sábado, 193 pessoas foram intercetadas antes da travessia, segundo Londres.
Na França, a autoridade marítima do Canal da Mancha e do Mar do Norte indicou no sábado que 102 migrantes foram resgatados no mar no estreito de Pas-de-Calais quando tentavam chegar ao Reino Unido.
A questão das travessias é regularmente fonte de atrito entre Londres e Paris, mas o Reino Unido prometeu no final de julho pagar à França 62,7 milhões de euros em 2021/2022 para financiar o reforço da presença das forças de segurança francesas nas costas.
O parlamento britânico começou a debater antes das férias de verão a reforma do sistema de asilo da ministra do Interior, Priti Patel, que marca um endurecimento prometido pelo ‘Brexit’ nesta questão do asilo.
Apresentada pela ministra como “justa, mas firme”, mas denunciado por associações de defesa dos direitos humanos, a reforma visa desencorajar a imigração ilegal e pretende tratar os requerentes de asilo de forma diferente consoante cheguem ao país legal ou ilegalmente.
O projeto de lei prevê aumentar para quatro anos, dos atuais seis meses, a pena de prisão dos migrantes que buscam entrar ilegalmente no país e levar à prisão perpétua – dos atuais 14 anos de reclusão – a pena máxima para os traficantes de pessoas.
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