“Neste momento, os indicadores são positivos, uma vez que temos muitas pessoas a votar só na parte da manhã. Portanto, acho que vai ser uma eleição com boa afluência às urnas, o que é positivo para todos, para o regime, para a democracia, para a Madeira”, afirmou, em declarações aos jornalistas, depois de votar na Escola Básica da Ajuda, no Funchal.

De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, as eleições legislativas regionais registaram até às 12:00 uma afluência às urnas de 20,98%, semelhante à verificada em 2019 à mesma hora.

A abstenção acabou por ficar nos 44,5% em 2019 e nos 50,42% em 2015, batendo-se nesse ano o recorde desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.

Ainda relativamente à abstenção, Miguel Albuquerque ressalvou que o facto de a Madeira ter uma “população flutuante”, com muitos emigrantes, nomeadamente na Venezuela e na África do Sul, que têm casa e passam alguns meses por ano na região, “dá uma falsa indicação de um número muito alto de abstenção que não acontece do ponto de vista prático”.

Questionado sobre a razão por que não aceitou discutir a possibilidade do voto em mobilidade, proposta pela oposição antes do verão, o também líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional reconheceu que é um problema que tem de ser resolvido, mas não “em vésperas de eleições”.

“Tem de haver um quadro de consenso para discutir essas questões, não é em vésperas de eleições que se discute leis eleitorais, […] é um problema que tem de ser resolvido num quadro com distanciamento das eleições para termos uma discussão serena. As leis eleitorais são sempre uma caixa de Pandora e discuti-las a poucos meses de eleições não tem nenhum sentido”, salientou.

Recusando estar nervoso em relação aos resultados do escrutínio, Miguel Albuquerque, adiantou que irá para a sede da coligação Somos Madeira ao final da tarde, local onde irão também estar à noite os líderes nacionais do PSD, Luís Montenegro, e do CDS-PP, Nuno Melo.

Mais de 253 mil eleitores são hoje chamados a votar nas legislativas regionais da Madeira para escolher a nova composição do parlamento do arquipélago, com 13 candidaturas na corrida.

As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago abriram às 08:00 e estarão em funcionamento até as 19:00.

De acordo com a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, estão registados 253.865 eleitores, dos quais 248.519 na ilha da Madeira e 5.346 na ilha do Porto Santo.

Em causa estão os 47 lugares do parlamento regional, disputados num círculo eleitoral único por duas coligações e outros 11 partidos: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Há quatro anos – quando a abstenção foi de 44,5% -, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.