Marcada para sair do Largo do Martim Moniz às 14:30, era já perto das 16:00 quando o desfile do 1.º de Maio passou ao lado do Intendente.

O líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional, Arménio Carlos, ladeado por outros membros da plataforma sindical, liderou a marcha.

Em passo lento, empunhando bandeiras e faixas, várias palavras de ordem em contexto de luta de trabalhadores fizeram-se ouvir.

“A Luta continua. Maio está na rua”, “É urgente, é necessário, o aumento do salário” ou “trabalho é um direito, sem ele nada feito” são algumas das frases ouvidas, enquanto caminharam em direção à Alameda Dom Afonso Henriques, destino final desta marcha.

No Largo do Intendente foi, aliás, onde se realizou o PrecFest “Ninguém fica para trás! Acabar com a precariedade no Estado e em todo o lado!”, uma iniciativa da responsabilidade dos Precários Inflexíveis que juntou várias organizações de trabalhadores precários.

“A situação [dos precários] não está de forma alguma controlada, nem em vias de ceder e cerca de um em cada cinco novos contratos são precários e é uma situação que ao longo dos últimos anos tem vindo a aumentar”, salientou Tânia Russo, da organização.

De acordo com a responsável, Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais precariedade, o que justifica a necessidade de juntar as várias organizações que defendem os direitos dos trabalhadores precários e integrarem juntos o desfile.

Pela primeira vez nos dez anos de organização do PrecFest, a iniciativa deste ano conta também com a presença dos precários do Estado.

Em declarações à Lusa, Francesco Vacciano, investigador, explicou que estes trabalhadores aguardam a publicação da portaria, onde estarão definidos os termos do processo de regularização dos precários do Estado.

Já no caminho pela avenida Almirante Reis, em direção à Almirante Reis, Mário Peres explicou que participa na marcha do 1.º de Maio para lembrar que nem todas as pessoas têm as mesmas condições de trabalho.

“Eu sou um precário. Sou um precário há oito anos e é preciso lembrar a todos que estamos cá e que temos os mesmos direitos”, defendeu.

“Acho que é sempre importante vir para rua defendermos os nossos direitos e lutar por uma situação melhor”, disse, por seu lado, Camila Campino.

Já para Hélia Moreira, a precariedade é o pior que de momento se passa no mundo laboral, defendendo que a juventude está dependente de trabalhos de seis meses e que “o desemprego continua na mesma”.

Horas depois da saída do Largo do Martim Moniz, o aglomerado de pessoas que lentamente foi fazendo caminho até à Alameda Afonso Henriques chegou ao seu destino e ouviu discursar o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.