Os participantes concentraram-se na praça Rabin após o final do ‘shabat’, o dia de descanso judeu, com milhares de pessoas a confluírem para o local e muitas agitando bandeiras israelitas ou da comunidade drusa, que liderou o protesto iniciado às 20:30 locais (18:30 em Lisboa) contra aquela lei.
“Somos todos irmãos, somos todos iguais”, foi o lema dos organizadores, numa mobilização que alguns presentes apenas compararam aos grandes desfiles pela paz da década de 1990.
O líder espiritual druso, xeque Muafak Tarif, foi um dos primeiros a discursar, seguido pelo general druso na reserva Amal Asad, que numa recente declaração na sua página na rede social Facebook considerou que Israel, sob a liderança do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, estava em risco de se tornar num “Estado de Apartheid”.
Os líderes da comunidade drusa — com mais de 130 mil pessoas em Israel, que cumprem o serviço militar obrigatório e que sentem uma vinculação especial com o país — já interpuseram um recurso junto do Tribunal Supremo contra a lei, que classificaram de “ato extremo” de discriminação contra as minorias.
Os drusos vivem sobretudo na Galileia, norte de Israel, falam árabe e professam uma fé derivada de um Islão muito heterodoxo.
A lei Estado-Nação, com peso constitucional, que estabelece que apenas os judeus têm direito à autodeterminação em Israel, foi aprovada em 19 de julho, desencadeando duras críticas das minorias israelitas, da comunidade internacional e de grupos judeus na diáspora.
A legislação, aprovada pelo Parlamento de Israel, com o apoio do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declara que o estabelecimento de “localidades judaicas é de interesse nacional” e torna o hebraico a única língua oficial do país, estatuto que anteriormente também abrangia o árabe.
Enquadrada na categoria de leis básicas que servem como a Constituição em Israel, a lei também proclama que Jerusalém é a capital de Israel, incluindo a parte palestiniana da cidade anexada pelo Estado judaico.
A ONU nunca reconheceu essa anexação.
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