A declaração, transmitida pelo Gabon 24, acrescentou que outras pessoas do Governo foram detidas sob várias acusações. Um dos filhos de Ali Bongo encontra-se igualmente detido, anunciaram os militares golpistas.
O golpe de Estado ocorreu hoje, depois de terem sido anunciados os resultados das eleições, segundo os quais Ondimba permaneceria no poder, dando continuidade a 55 anos de domínio do poder pela sua família.
Um grupo de militares do Gabão anunciou hoje na televisão o cancelamento das eleições presidenciais que reelegeram, no sábado, Ali Bongo Ondimba e a dissolução de todas as instituições democráticas.
Depois de constatar “uma governação irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos (…) decidiu-se defender a paz, pondo fim ao regime em vigor”, declarou um dos soldados.
O mesmo militar, alegando falar em nome de um Comité de Transição e Restauração Institucional, disse que todas as fronteiras do Gabão estavam “encerradas até nova ordem”.
De acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse, durante a transmissão televisiva ouviram-se tiros de metralhadoras automáticas em Libreville.
Horas antes, a meio da noite, às 03:30 (mesma hora em Lisboa), o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla em francês) tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das eleições presidenciais.
A comissão eleitoral anunciou que o Presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, tinha conquistado um terceiro mandato nas eleições de sábado com 64,27% dos votos expressos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77% dos votos.
O anúncio foi feito numa altura em que o Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à Internet suspenso em todo o país, medidas impostas pelo Governo no sábado, dia das eleições.
O Governo invocou o risco de violência, na sequência das declarações de Ondo Ossa, que exigia ser declarado vencedor.
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