De acordo com a notícia publicada no site do JN, o caso não tem a ver com o convite de Mário Machado para ir ao programa televisivo, no âmbito da rubrica “Diga-me de sua (In) Justiça”, da responsabilidade de Bruno Caetano, mas sim com “dois episódios semelhantes em novembro de 2017”.

Segundo o JN, o inquérito foi desencadeado por um post violento que Bruno Caetano divulgou na rede social Facebook e por um direto na então rubrica "Crónica Criminal".

Ao SAPO24, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a receção de uma "denúncia relacionada com a matéria" publicada pelo JN.

Segundo a mesma fonte, o inquérito está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, "não tem arguidos constituídos" e está em segredo de justiça.

O diário apurou ainda junto da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial que os factos remontam à emissão de 2 de novembro de 2017, acabando por ser a Entidade Reguladora para a Comunicação Social a encaminhar o caso para o MP, além de ter feito uma recomendação à TVI, para que evitasse estes comportamentos.

Segundo o JN, Bruno Caetano colocou naquela data um ‘post’ onde se queixou da violência desencadeada "claramente" por pessoas de determinada etnia, apagando depois a publicação, perante a reação dos seus seguidores.

No entanto, no direto na TVI, reagiu de igual forma como no caso do nacionalista Mário Machado: queixou-se de receber ameaças, insistiu que não era "xenófobo", e usou de novo uma "linguagem e interpretações" consideradas racistas, ao associar a etnia das pessoas a atos de violência, segundo o jornal.

Mário Machado, ex-líder da Frente Nacional esteve preso dez anos, em cúmulo jurídico, por crimes como discriminação racial, coação agravada, posse ilegal de arma, danos e ofensa à integridade física qualificada.

Um dia depois de o programa ter sido emitido, o Sindicato dos Jornalistas anunciou a apresentação de uma queixa contra a TVI junto do regulador e da Assembleia da República pela presença de Mário Machado no programa da TVI

Num comunicado intitulado "Em nosso nome não!", publicado na página da Internet, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) considerou “inqualificável o tempo e o espaço concedido pelo canal de televisão TVI a Mário Machado, conhecido líder da extrema-direita, várias vezes condenado e preso por diversos crimes".

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) encontra-se a analisar as queixas de vários telespetadores sobre a presença de Mário Machado, líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social, no programa da manhã da TVI.

Já as direções de informação e de programas da TVI afirmaram estar comprometidas com a emissão de "uma programação diversificada" e que "o debate entre diferentes correntes de opinião (...) faz parte de uma sociedade democrática, plural e tolerante".