“Naturalmente que a altura é complicada, porque se avizinha o período de férias. Hoje, tivemos a paralisação de um conjunto de trabalhadores, para a semana os enfermeiros já anunciaram quatro dias de greve e os médicos dois e, naturalmente, que essas vão causar perturbações no funcionamento dos serviços”, disse Marta Temido à margem de uma visita ao Hospital de Santo António, no Porto.
Os sindicatos médicos convocaram uma greve nacional para terça e quarta-feira e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) anunciou uma greve geral de terça a sexta-feira, considerando que, apesar da abertura da tutela, os maiores problemas do setor continuam por resolver.
Segundo a governante, o exercício do direito à greve causa alterações no funcionamento dos serviços.
“Encaramos com respeito e normalidade, tentamos é minimizar aquilo que é o impacto na vida dos doentes não pondo em causa esse direito”, frisou.
Relativamente aos enfermeiros, a ministra assumiu que se o Governo pudesse ir mais longe já tinha ido, mas não pode.
“Não estávamos à espera de nada para ir mais longe, para dar resposta às suas reivindicações, mas já o dissemos que nesta legislatura, no decorrer deste ano económico de 2019, não nos é possível ir mais longe”, vincou.
Já quanto aos médicos, Marta Temido recordou que esta classe profissional tem um caderno reivindicativo próprio, que passa pela redução do período normal afeto aos serviços de urgência de 18 para 12 horas.
Referindo ser “difícil” aceder a esta pretensão, a ministra ressalvou que o motivo se deve a um “grande predomínio” dos serviços de urgência na forma como se organiza o sistema de saúde.
Enquanto não se conseguir fazer a mudança da organização do sistema, não será possível atender a esta reivindicação, considerou.
Sobre as exigências relacionadas com a redução da lista de utentes por médico de família e a revisão das grelhas salariais, Marta Temido salientou não ser possível satisfazê-las agora, mas “no futuro quem sabe".
“Precisamos de dar resposta a outras áreas para fortalecer o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, lembrou.
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