“Já temos neste momento a equipa e o coordenador escolhidos, bem como a metodologia acertada entre os ministérios da Cultura e da Ciência e Ensino Superior. Para a semana, [o projeto] irá ser submetido a Conselho de Ministros”, afirmou Graça Fonseca aos jornalistas.
“É um projeto adiado há muitos anos”, considerou, escusando-se a adiantar mais pormenores.
“O património musical é uma área a que queremos dar grande impulso este ano e nos próximos anos”, frisou a governante à margem da assinatura de um acordo para a instalação do Museu Nacional da Música, no Palácio Nacional de Mafra, no distrito de Lisboa.
Em março de 2018, a Assembleia da República recomendou ao Governo a criação de um ASN, propondo “a criação de uma estrutura interministerial alargada para a sua concretização”.
O projeto tem em vista a compilação, armazenamento digital, preservação e disponibilização pública do património sonoro, identificando o âmbito, as necessidades técnicas, recursos e equipamentos adequados”.
A etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco, ex-vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, em declarações à agência Lusa, qualificou de “essencial” a criação de um ASN, para o qual Portugal tem "especialistas com experiência no trabalho técnico, de curadoria e de investigação”.
A investigadora, que fundou o Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança, faz parte de uma comissão conjunta para criação do ASN.
Salwa Castelo-Branco afirmou que “a criação de uma infraestrutura, como o Arquivo Sonoro Nacional, é fundamental e, em Portugal, já temos especialistas com experiência no trabalho técnico, de curadoria e de investigação, três componentes que são fundamentais”.
O ASN foi sendo adiado desde 2006 e voltou a ser referenciado em janeiro de 2016, quando o atual Governo o incluiu nas Grandes Opções do Plano, o que foi visto como cumprimento de uma das promessas do programa eleitoral do PS, o único partido que prometeu criar o ASN e valorizar o arquivo da RTP.
Há um ano, no parlamento, os partidos uniram-se hoje na aprovação de projetos de resolução do PS, PSD, BE, CDS e PEV, que recomendavam ao Governo a criação do ASN, prometido desde 2006, com o objetivo de conservar a a produção musical e registo fonográfico e radiofónico nacionais.
Em 19 de setembro de 2006, a então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, anunciou a criação do Arquivo Sonoro Nacional, a funcionar como depósito legal dos fonogramas, de acordo com uma lei em vigor desde em 1982.
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