Em declarações aos ‘media’ no decurso de uma visita em Marienberg aos soldados alemães da Força Conjunta de Elevada Disponibilidade (VJTF) da NATO, a ministra declarou que “não existe qualquer decisão do Governo sobre a entrega de carros de combate”.
“Esta decisão não foi tomada e por isso esta questão ainda não se coloca. Quando se tomam decisões, sempre procedemos em aplicá-las com a maior celeridade”, afirmou.
Recordou ainda que a Alemanha se comprometeu com a Ucrânia sobre o envio de 40 veículos blindados de infantaria Marder no primeiro trimestre deste ano e em garantir o treino na sua utilização, e que “por isso não haverá atrasos, antes o compromisso de que será cumprido como ficou acordado”.
“Todas as decisões adicionais são tomadas no Governo e até se tomarem decisões não há necessidade de adotar medidas adicionais”, respondeu Lambrecht ao ser questionada se não seria conveniente analisar no imediato as possíveis unidades de tanques Leopard 2 disponíveis.
A ministra assinalou ainda que a Alemanha se está a adaptar à alteração da situação na Ucrânia com o próximo envio dos Marder, e considerou “ser esta a abordagem correta, não excluir nada” e fazê-lo em coordenação com os parceiros internacionais.
“Será esse procedimento que também adotaremos no futuro, adaptarmo-nos sempre às alterações da situação, sem o fazer de forma autónoma”, acrescentou.
Por sua vez, afirmou que de momento “não existem pedidos da Polónia nem de algum outro país” para a entrega de tanques Leopard 2 à Ucrânia.
Na quarta-feira, o Presidente polaco Andrzej Duda assegurou no decurso de um encontro com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que o seu país estava disposto a entregar à Ucrânia uma companhia de tanques Leopard no âmbito “de uma coligação internacional”.
O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, mostrou-se em princípio recetivo ao plano da Polónia sobre os Leopard, ao considerar que a Alemanha “não deve interpor-se quando outros países tomam decisões para apoiar a Ucrânia” e “independentemente das decisões” decididas por Berlim.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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