Em resposta à agência Lusa, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros informou que o Governo português vai fazer-se representar na cerimónia de criação de Tolentino Mendonça como cardeal pela ministra da Justiça.
Francisca Van Dunem já tinha representado o Governo português, em 28 de junho de 2018, na cerimónia de elevação a cardeal do bispo de Leiria-Fátima, António Marto.
O Presidente da República, expressou, no início de setembro, a sua intenção de estar presente na cerimónia de imposição do barrete cardinalício a Tolentino Mendonça.
O Palácio de Belém esclareceu, na altura, que Marcelo Rebelo de Sousa comemora em Portugal o 05 de Outubro “com a discrição” própria de um dia de reflexão eleitoral, e vota, no dia seguinte para as eleições legislativas, em Celorico de Basto, independentemente da presença na investidura de Tolentino Mendonça como cardeal.
As comemorações oficiais da Implantação da República decorrem no sábado de manhã em Lisboa e a cerimónia de criação de 13 novos cardeais, incluindo Tolentino Mendonça, está programada para as 16:00 (hora local, 15:00 em Lisboa) do mesmo dia, na Basílica do Vaticano, estando igualmente previstas as presenças de várias figuras da Igreja portuguesa.
O bispo madeirense torna-se, aos 53 anos, no sexto cardeal português do século XXI e o terceiro a ser designado no atual pontificado, passando a ser o segundo membro mais jovem do Colégio Cardinalício, logo após Dieudonné Nzapalainga, cardeal da República Centro-Africana, de 52.
Tolentino de Mendonça foi elevado a bispo em 28 de julho de 2018, numa cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, recebendo simbolicamente a antiga sede episcopal de Suava, no norte de África.
Pouco mais de um mês depois, em 01 de setembro, assumiu a responsabilidade pelo Arquivo Secreto do Vaticano e pela mais antiga biblioteca do mundo, a Biblioteca Apostólica, com a preocupação de preservar “um grande tesouro da Igreja e da humanidade”.
A partir do próximo sábado, junta-se aos outros atuais cardeais portugueses José Saraiva Martins, Manuel Monteiro de Castro, Manuel Clemente e António Marto, os dois últimos com direito de voto num eventual conclave para a eleição do Papa, tal como sucederá com Tolentino Mendonça.
Em reação à indicação pelo papa Francisco do bispo madeirense para o Colégio Cardinalício, o Presidente da República manifestou “o mais profundo jubilo pela elevação do senhor Dom José Tolentino de Mendonça ao cardinalato, traduzindo o reconhecimento de uma personalidade ímpar, assim como da presença da Igreja Católica na nossa sociedade, o que muito prestigia Portugal".
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a "excecional relevância" de Tolentino de Mendonça como "filósofo, pensador, escritor, professor e humanista", recordando que o convidou para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 2020.
O primeiro-ministro, António Costa, saudou por sua vez a nomeação de José Tolentino Mendonça, classificando o bispo português como “um dos mais qualificados vultos da Igreja”.
“Saudamos a designação de D. José Tolentino de Mendonça como cardeal. Trata-se de um dos mais qualificados vultos da Igreja e de uma personalidade cimeira da cultura portuguesa. É também um dos melhores pensadores sobre o potencial da nossa Diáspora”, afirmou António Costa, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
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