Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
Para a ministra do Trabalho o anúncio da paralisação é “extemporâneo”, uma vez que o anteprojeto de revisão laboral ainda está em discussão com os parceiros sociais. “Houve uma reação um bocadinho epidérmica quando lançámos a reforma, porque as matérias laborais são sempre matérias de grandes paixões. Há uma reação quase instantânea, sem a necessária ponderação e até sem o conhecimento das normas”, afirmou.
A governante sublinhou que as negociações com a UGT ainda decorrem, e que a adesão formal da central sindical à greve apenas será decidida esta quinta-feira, dia 13 de novembro, em reunião do seu secretariado. “A greve não está marcada, apenas anunciada”, disse Maria do Rosário Palma Ramalho, adiantando que “aparentemente será decidida” nessa reunião.
A ministra criticou a UGT por se ter juntado ao protesto antes da decisão formal e lamentou que a CGTP tenha rejeitado o diálogo “meia hora depois” de conhecer as propostas do Governo. “Disse desde o primeiro momento que não queria negociar”, apontou, considerando que a UGT “devia distanciar-se” dessa posição.
Maria do Rosário Palma Ramalho confirmou que o processo negocial prossegue, com um calendário de reuniões bilaterais e uma sessão plenária da Comissão Permanente de Concertação Social marcada para 10 de dezembro, após o debate do Orçamento do Estado. Rejeitou, no entanto, as críticas de que o diálogo seja “de fachada”. “Todas as normas estão em construção e aperfeiçoamento, em articulação com os parceiros sociais”, afirmou. Ainda assim, deixou claro que o Governo não está disponível para retirar toda a proposta.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha considerado a greve “precipitada”, escusou-se esta segunda-feira a comentar o tema, limitando-se a dizer que “há caminho para fazer” e que “todas as partes envolvidas têm dito isso”, revela o Expresso.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas na Colômbia, no final da 4.ª Cimeira UE-CELAC, afirmou: “Francamente, não consigo vislumbrar outra razão para esta posição das centrais sindicais que não seja olhar para interesses que, do meu ponto de vista, não deviam ser os prevalecentes, que é o interesse dos partidos que estão, sobretudo, ligados à gestão das duas centrais sindicais.” O líder do Governo português especificou a quem se referia: “Estou a falar do Partido Comunista, que quer mostrar a sua existência através da sua rede sindical na CGTP, e estou a falar do Partido Socialista, que também quererá mostrar a sua existência política de oposição, aproveitando alguma preponderância que tem na UGT”, acusou.
Já o secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, afirmou que está “em cima da mesa a exigência de retirada do pacote laboral”, acusando o Governo de querer “normalizar a precariedade”, “alargar os horários de trabalho” e “facilitar despedimentos”.
Também a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) criticou a convocatória, considerando-a “extemporânea e desproporcionada”, dado que o anteprojeto “ainda está em discussão”. O presidente da CTP, Francisco Calheiros, lembrou que “a greve é um direito constitucional, mas deve ser exercido com responsabilidade e apenas quando estiverem esgotadas as vias de diálogo”.
A greve geral tinha sido anunciada no sábado, dia 8 de novembro, pelo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, que decorreu em Lisboa.
__
A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil
Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários