“O que eu pedi foi uma inspeção, foi enviado um pedido de fiscalização imediata urgente à situação do lar para perceber o que é que se passa, porque o que nos tem de mover a todos é a proteção das pessoas”, afirmou Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
A SIC Notícias avançou esta manhã que os inspetores da Segurança Social já estão no local.
Questionada pelos jornalistas sobre as informações divulgadas por anteriores funcionárias do lar de que recebiam aviso prévio das visitas da Segurança Social, a ministra esclareceu que há dois tipos de acompanhamento dos lares.
“Há, naturalmente, visitas regulares e há visitas de fiscalização, e essas nunca são anunciadas, nem devem ser anunciadas, precisamente para detetar situações que sejam sinalizadas”, indicou.
Depois de insistir que já deu instruções para uma inspeção de urgência ao lar em causa, Ana Mendes Godinho apelou à denúncia à Segurança Social de todos os casos que as pessoas julguem precisar de fiscalização.
“Cá estamos para fiscalizar, para salvaguardar as situações das pessoas, que é isso que nos move”, acrescentou.
A ministra, que falava antes da sessão de abertura da 9.ª Semana da Empregabilidade, organizada pelo Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), disse que, nesta área, tem sido feito um trabalho a dois níveis: fiscalizar e verificar situações que são sinalizadas ou em que haja problemas e realizar investimentos, como os que estão a ser feitos com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Uma reportagem da SIC denunciou no domingo à noite maus-tratos a idosos no lar da Lourinhã, no distrito de Lisboa.
De acordo com uma ex-funcionária, em causa estão o uso das mesmas luvas para o manuseamento de vários utentes, a existência de feridas por tratar, alimentação pobre e feita com restos de dias anteriores e falta de água quente para banhos aos utentes.
Segundo a informação divulgada, o Delicado Raminho é um lar privado, tem licença de funcionamento e pode receber até 78 utentes, tendo neste momento cerca de 60. Cada um paga, em média, 1.500 euros por mês.
A Lusa tentou, sem sucesso, falar com os responsáveis pelo lar, que também não prestaram declarações à SIC.
A estação televisiva referiu que o proprietário da unidade é o mesmo do lar Península, no Montijo (distrito de Setúbal), alvo de várias denúncias de más condições na semana passada.
Comentários