“Já contabilizamos 66 mil mortes [de animais], o que corresponde a cerca de 3% do efetivo nacional. Mas os prejuízos vão muito além dessas perdas. É natural que o preço da carne suba, mas, se acontecer, também é uma forma do produtor ser compensado”, disse o governante, à margem da cerimónia dos 75 anos da União de Cooperativas Agros, em Vila do Conde, distrito do Porto.
José Manuel Fernandes lembrou que além das mortes, os produtores têm custos veterinários para tratar dos animais que foram infetados, e apesar de aguardar apoios da União Europeia para tal, garantiu outras medidas para minimizar os prejuízos.
“Abrimos o mercado para Israel, e espero que haja suficiente oferta para a procura. E espero, também, que a procura não desça, porque esta variante da doença não se transmite às pessoas, não contamina a carne nem o leite. Há essa segurança para os consumidores”, reiterou.
O ministro Agricultura deixou um apelo aos agricultores para que “não tenham receio de notificar os casos de mortes de animais”, lembrando que o Estado precisa desses dados para “procurar apoios europeus nos casos em que as explorações tenham um prejuízo superior a 30%”.
“Já pedimos o acesso à reserva de crise [da União Europeia], mesmo sabendo que foi negada a alguns Estados-membros. Mas é algo que vamos continuar a insistir”, garantiu.
José Manuel Fernandes garantiu, ainda, que o Governo destinou um milhão de euros, para serem utilizados este mês ou no próximo, para apoiar, em pagamento integral, os agricultores que comprem vacinas para combater o surto.
“Percebo a dor dos produtores, visitei explorações, para perceber a dimensão. Agimos rapidamente para os apoiar e tudo faremos para que esta atividade seja rentável”, vincou.
O ministro da Agricultura insistiu que é preciso, das instância europeias, “um investimento brutal, através do programa [de investigação] Horizonte Europa, para que haja vacinas eficazes e que eliminem várias variantes”.
“Este é um problema europeu, que resulta das alterações climáticas, e estaremos cada vez mais sujeitos a situações destas. Temos de atuar rapidamente”, concluiu.
A febre catarral ovina ou língua azul é uma doença viral, de notificação obrigatória, que afeta os ruminantes e não é transmissível a humanos, sendo a sua transmissão feita através de um mosquito.
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