João Gomes Cravinho discursava na cerimónia de abertura do 28.º Colóquio de História Militar, no Palácio da Independência, em Lisboa, dedicado ao estudo daquele período histórico.
“É nestes anos de profunda conturbação política e desestruturação social que estão as raízes da ditadura portuguesa, que foi uma das mais longas do século XX. À semelhança dos tempos difíceis que se vivem em diversos países nos dias de hoje, tempos de alguma tensão social, caracterizados por uma intensa pressão sobre as instituições democráticas, também nesse período inicial do século XX as jovens instituições da República portuguesa se mostraram excessivamente frágeis face às exigências de uma sociedade em mudança”, disse.
O responsável pela tutela entregou ainda o “Prémio Defesa Nacional”, galardão que distingue anualmente trabalhos de investigação sobre história militar e outros feitos, aos professores Gonçalo Coceiro Feio e António Mendo Castro Henriques.
“De forma igualmente relevante, o período 1918-1926 oferece-nos uma perspetiva particularmente elucidativa sobre as relações entre o poder político e o poder militar. Hoje, em democracia, estão sanadas as dificuldades desse e doutros períodos subsequentes e o poder político e militar têm os seus espaços de atuação perfeitamente delimitados pela Constituição da República e pela atuação prática das várias instâncias”, congratulou-se Gomes Cravinho.
Segundo o Ministro da Defesa Nacional, é possível, hoje em dia, “dar garantias aos portugueses quanto ao bom enquadramento das Forças Armadas nos mecanismos das instituições e nos processos democráticos do nosso país, contribuindo para a construção das soluções que a cada momento venham a ser necessárias”.
(Artigo corrigido às 14:28 — Retifica, ao longo do texto, as citações do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, esclarecendo que se estava a referir à atualidade político-social de diversos países e não de Portugal em particular)
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