"São exercícios de grande importância para que as nossas forças, quando estão em missão no estrangeiro, tenham as melhores condições de segurança no cumprimento das suas missões", afirmou à Lusa João Gomes Cravinho, notando que, sendo exercícios "fundamentais", este foi "extremamente interessante porque envolveu interação com entidades civis em situações de perímetro urbano", recriando cenários em que "as populações têm necessidade de interagir com autoridades locais", tendo "tudo isso sido testado" neste exercício ORION 19.
O ministro da Defesa Nacional falava à Lusa em Constância (Santarém), à margem do maior exercício anual conduzido pelo exército português em solo nacional, e que contou este ano com a participação de militares de Espanha, Estados Unidos da América, Lituânia, Roménia, Brasil, França e Grécia, tendo hoje culminado no Campo Militar de Santa Margarida com uma demonstração global de capacidades, com execução de fogos reais e apoio aéreo próximo.
"É praticando que se gera a confiança, o conhecimento, a interoperabilidade com forças de países aliados e que se criam as condições para que possam desempenhar, como têm desempenhado de forma exemplar, o seu trabalho quando vão para missões às vezes muito exigentes como é o caso das missões na Republica Centro Africana (RCA) ou no Afeganistão", frisou João Gomes Cravinho, que esteve no Campo Militar de Santa Margarida acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e pela secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro.
O governante disse ainda acreditar que a interação com as populações e em ambientes urbanos resulte ainda num "estímulo grande até para as autoridades locais que, em situações de emergência civil, podem ter de por em prática aquilo que vão aprendendo nestes exercícios militares", e que envolveram, além de mais de 1.300 operacionais, cerca de 180 viaturas, como carros de combate e viaturas blindadas de rodas do tipo Pandur e Hummer.
A montagem das bases militares nas povoações de Água Travessa, Bemposta e Tramagal, no concelho de Abrantes, com interação com os residentes, testar com fogos reais o novo armamento ligeiro das Forças Armadas Portuguesas, e integrar a nova capacidade do Exército de veículos aéreos não tripulados ('drones'), foram alguns dos momentos que marcaram o ORION19, que integrou este ano dois exercícios diferentes, um na área de Abrantes e Santa Margarida, outro em Vendas Novas.
A separação geográfica dos dois locais decorre do facto de se terem estado a treinar diferentes tipologias de forças, com missões distintas, com objetivos diferentes e, consequentemente, em cenários distintos.
O ministro da Defesa Nacional disse à Lusa que as novas armas ligeiras do Exército, constituídas pelas espingardas automáticas SCAR-L e SCAR-H, pistola Glock e pelas metralhadoras ligeira e média, FN Minimi 5.56 Mk3 e FN Minimi 7.62 Mk3, foram testadas no ORION 19 e que, "em princípio, o contingente paraquedista que parte em março de 2020 para a RCA irá já com a nova arma", tendo feito notar que este exercício "faz parte desse processo de aprontamento".
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