“Temos muita capacidade ainda não utilizada em termos dos espaços de retaguarda, um pouco por todo o país, nas várias unidades do país”, afirmou João Gomes Cravinho, que visitou hoje com a Ministra da Saúde, Marta Temido, o Hospital das Forças Armadas (HFAR) em Lisboa, no âmbito do aumento da capacidade disponibilizada por esta unidade hospitalar.
Ao todo serão 32 novas camas de internamento e de cuidados intensivos disponíveis para doentes com covid-19 provenientes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O Hospital das Forças Armadas de Lisboa conta com 67 camas ao todo, 62 de enfermaria e 5 para cuidados intensivos, já a contar com o reforço visitado hoje. Já o polo do HFAR Porto dispõe de 50 camas de enfermaria.
Questionado sobre se ainda existe mais espaço para que as Forças Armadas apoiem o SNS, o responsável pela Defesa sublinhou que sim, mas que “até agora não tem sido necessário”.
“Até agora não tem sido necessário ou tem sido necessário apenas em muito pequena escala, mas isso poderá obviamente aumentar se vier a ser necessário, dependendo do grau de esgotamento de outras capacidades do Serviço Nacional de Saúde”, adiantou.
Gomes Cravinho disse ainda aos jornalistas que existem também “espaços de retaguarda que estão a ser montados em vários locais” como por exemplo, “na Base Naval do Alfeite, que comportarão a possibilidade de receber doentes em muito maior número, sobretudo doentes que não precisem de um elevado número de cuidados muito intensivos”.
Quanto à testagem que tem sido feita no hospital, o dirigente garantiu que a realização desses testes “não põe em causa minimamente a capacidade do Hospital das Forças Armadas”, nem nas suas “necessidades de apoio à família militar”, nem no apoio ao SNS, “que tem vindo a ser dado e agora está a intensificar-se”.
Momentos antes, a Ministra da Saúde, Marta Temido, apontou que a ajuda das Forças Armadas “é essencial para o trabalho que o SNS precisa de continuar a fazer e para aquele que tem sido feito”.
A responsável pela Saúde salientou que as Forças Armadas têm cooperado ativamente, “desde a primeira hora”, com o Serviço Nacional de Saúde, “quer o polo do Porto, quer o polo de Lisboa, quer a parte hospitalar, quer outras componentes de apoio em planeamento, em logística, em apoio à realização de inquéritos epidemiológicos”.
“Mas neste momento o que é muito importante sublinhar é a capacidade instalada que ganhámos, que estamos a ganhar com esta ativação de mais camas que começou na sexta-feira e que parcialmente já está hoje pronta e vai ser complementada ainda ao longo dos próximos dias”, sublinhou.
A ministra alertou ainda para a importância deste apoio num momento em que existem “dificuldades em captar resposta de camas em outros setores em alguns pontos do país, em particular na zona de Lisboa e Vale do Tejo, onde tem sido muito difícil encontrar um número de camas do setor privado disponíveis”.
Tanto em Lisboa como no Porto, o HFAR já recebeu e tratou cerca de 500 doentes com covid-19 desde março.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.934.693 mortos resultantes de mais de 90,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 7.803 pessoas dos 483.689 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
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