“Creio que há condições para chegar a um entendimento dentro dos próximos dois, três meses”, afirmou João Gomes Cravinho, ressalvando que, se isso não for possível, “será porque não há condições para isso” e o Governo português extrairá “naturalmente as conclusões”.

Em declarações à Lusa à margem de uma visita à Associação de Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, João Gomes Cravinho disse que, neste momento, “existe alguma distância entre as partes” no processo negocial em curso.

“Nós estamos plenamente empenhados em conseguir um acordo e acredito que vamos conseguir um acordo, simplesmente não podemos por de parte a possibilidade de não chegar a um acordo e, nesse caso, não é dramático, o mundo continuará a girar e as Forças Armadas procurarão o equipamento de outra maneira”, declarou.

Na semana passada, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General Manuel Rolo, revelou que as negociações com a brasileira Embraer chegaram a um impasse e que, se a empresa não baixar o preço, o Estado português admite procurar alternativas.

O valor previsto para o projeto de aquisição de cinco aviões de transporte estratégico e de um simulador na proposta de Lei de Programação Militar (LPM) é de 827 milhões de euros no espaço de 12 anos.

“O Estado não quer ver ultrapassado para além deste montante, estamos numa negociação férrea e começa a prevalecer a opinião de que, se a Embraer não vier para este valor, o Estado português terá de ir para outras opções”, afirmou o general Manuel Rolo, numa audição no parlamento, na semana passada.

Segundo o general, “não está fácil” e a Embraer “está a pedir muito mais do que razoavelmente se esperaria” pelas aeronaves cuja aquisição visa substituir os C-130.