Falando durante um almoço organizado pela Câmara do Comércio e Industria Luso Espanhola (CCILE), em Lisboa, o governante explicou que “é natural que na Europa tenha surgido uma maior preocupação em matéria de Defesa”.
“Necessitamos agora que o nosso tecido empresarial, tecnológico e industrial identifique setores onde possa participar e que se dinamizem as necessárias parcerias entre setor público, setor privado, investigação e Forças Armadas”, referiu, diante de uma plateia de empresários, acrescentando que há benefícios em colocar ambos os países “na defesa e na economia do século XXI”.
João Gomes Cravinho afirmou que já não se pensa “em controlar um território” e exemplificou novas ameaças que os países europeus enfrentam: “Temos desafios que resultam da ciber-realidade, da realidade das nossas sociedades, que além de abertas e democráticas, são cada vez mais dependentes da tecnologia, o que cria uma vulnerabilidade cada vez maior. Temos desafios que resultam da utilização não sustentável de recursos naturais.”
Mas, “nem tudo é novo” e as “ameaças tradicionais continuam a existir”, acrescentou.
O ministro da Defesa lembrou “a ameaça do terrorismo que Espanha tem sentido”, que “não deixa ninguém isento, alheio a essa possibilidade de atentados terroristas”.
Por isso, o governante salientou que é necessário criar “mecanismos importantes para saber dar resposta a essa Europa da defesa”.
“As nossas indústrias de Defesa [de Portugal e Espanha] têm de saber cada vez mais fazer parte dessa indústria europeia”, salientou, acrescentando que se está a pensar “na proteção e na defesa daquilo que é a nossa forma de vida.”
João Gomes Cravinho reforçou ainda que os “estados-membros da União Europeia, no seu conjunto, são já o segundo maior investidor militar mundial” e apelou à convergência entre as indústrias portuguesa e espanhola neste sentido.
“Parece-me claro que, daqui por meia dúzia de anos, teremos uma capacidade de atuação militar europeia muito maior do que a que existe e, por trás disso, tem de haver um tecido económico”, finalizou.
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