O governante foi ouvido esta tarde na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas onde abordou vários temas relacionados com a sua pasta, entre eles a exploração de lítio na mina de Covas de Barroso, no concelho de Boticas, distrito de Vila Real.

Esta questão resultou de um requerimento do Bloco de Esquerda, que, através do deputado Heitor de Sousa, confrontou Pedro Siza Vieira sobre os impactos ambientais que aquela atividade pode ter na região.

Está prevista para Covas do Barroso uma mina de lítio a céu aberto e, neste momento, estão a ser feitas no terreno prospeções por parte da empresa mineira Savannah Resources.

No entanto, esta atividade está a ser contestada pela população daquela localidade e pela autarquia de Boticas que teme os impactos negativos da exploração de lítio.

Na sua intervenção sobre esta questão, o ministro da Economia, ressalvou que o licenciamento para a exploração deste metal não é da sua competência, nem quis falar da situação específica do Barroso, defendendo, no entanto, a importância de se “conhecer os recursos naturais e a riqueza que tem no país”.

“Devemos conhecer os recursos naturais e a riqueza que o país tem. Atribuir licenças para prospeção é um princípio que deve ser feito e depois decidir se se licencia ou não a exploração. Avaliar os seus impactos e benefícios”, apontou.

Contudo, o governante defendeu que Portugal tem potencial para se tornar o principal produtor de lítio da Europa e sublinhou a procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e nas placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos.

Portugal é reconhecido como um dos países com reservas, sendo que as seis principais ocorrências de lítio se localizam em Serra de Arga (dividida pelos concelhos de Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo), Covas do Barroso (Boticas), Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), Guarda, Mangualde e Segura (Idanha-a-Nova).

Na quarta-feira, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes garantiu, também no parlamento, que a exploração de minas de lítio em Portugal não vai avançar sem um estudo de impacte ambiental positivo.