Segundo a agência noticiosa francesa, que cita fonte próxima do caso, Dupond-Moretti será ouvido pelos magistrados do Tribunal de Justiça da República (CJR, na sigla em francês), que é, em França, a única jurisdição capaz de julgar membros do governo por atos delituosos ou criminosos cometidos no exercício de funções.

A intimação foi entregue na passada quinta-feira, à margem de uma rara busca realizada no Ministério da Justiça no âmbito da investigação, acrescentou a fonte citada pela France-Presse.

Três magistrados do CJR lideraram a busca de quinta-feira, que decorreu ao longo de 15 horas as instalações do próprio Ministério da Justiça.

A AFP, citando outra fonte oficial, informou que, na ocasião, um dos telefones do ministro da Justiça francês foi apreendido e o conteúdo das caixas de correio de vários de seus colaboradores foi copiado.

A investigação por “conflitos de interesses” foi aberta em janeiro deste ano, após denúncias de três sindicatos de magistrados e da associação Anticor, que acusam Dupond-Moretti de ter aproveitado as suas funções de ministro para intervir em processos em que anteriormente era advogado.

Na última edição do Journal de Dimanche, Eric Dupond-Moretti, 60 anos, disse estar “extremamente calmo” e acusou os sindicatos de estarem a fazer “manobras” para o forçarem a demitir-se.