“Temos condições de vacinar muitas pessoas. Atualmente, nós vacinamos 300 mil indivíduos todos os dias. O ministro da Saúde e o Governo assumem o compromisso de, num curto prazo, aumentar pelo menos em três vezes essa velocidade de vacinação para um milhão de vacinas todos os dias. É uma meta que é plausível, eu digo que é plausível”, afirmou o cardiologista.
Naquele que foi o seu primeiro pronunciamento à imprensa após tomar posse como ministro, Queiroga anunciou ainda a criação de uma secretaria específica no seu ministério para discutir medidas de combate à pandemia.
O governante garantiu também que recebeu “absoluta autonomia” do Presidente, Jair Bolsonaro, para construir a sua equipa.
“O senhor Presidente da República deu-me absoluta autonomia para indicar o secretariado do Ministério da Saúde. E eu o fiz, buscando as melhores pessoas para que tenhamos maior sucesso na concretude das políticas públicas”, declarou Queiroga no Palácio do Planalto.
“Estamos agora com um firme propósito (…) de instituir uma secretária especial para o combate à pandemia. Essa secretaria vai cuidar somente da pandemia, porque sabemos que, além da pandemia, as pessoas continuam tendo outros males”, acrescentou o cardiologista.
Marcelo Queiroga tomou posse na terça-feira, mais de uma semana após a sua nomeação, numa cerimónia discreta em Brasília, sem a presença da imprensa.
A gestão do seu antecessor, um militar sem experiência médica, general Eduardo Pazuello, tem sido amplamente criticada, à medida que o país avança numa crise de saúde descontrolada.
O ministro aproveitou a conferência de imprensa de hoje para pedir um “voto de confiança” dos jornalistas.
“Vamos colocar os dados de maneira clara, não somente óbitos, mas também sobre disponibilização de camas, diagnósticos. Vamos fazer de maneira transparente para que a sociedade brasileira tenha confiança no Estado brasileiro”, prometeu o ministro.
Sobre o polémico “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro, que consiste no uso de medicamentos como a cloroquina e que não têm eficácia comprovada contra a covid-19, o ministro disse que é uma decisão que compete aos médicos.
“É uma relação médico-paciente e deve ser decidida caso a caso, mas a minha opinião em relação a essa questão é que temos de olhar para a frente e buscar o que existe de comprovado. E é isso que o Ministério da Saúde vai fazer”, reforçou Queiroga.
O Brasil, que tem alcançado sucessivos recordes de óbitos e novos casos de covid-19, totaliza 298.676 vítimas mortais e 12.130.019 diagnósticos de infeção, sendo o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, atrás dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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