“Partilho com milhões de portugueses a expectativa de esclarecimento muitíssimo rápido de toda a situacão (..). Parece-me absolutamente essencial para uma clarificação o mais rápido possível daquilo que ficou escrito num parágrafo da Procuradoria-Geral da República relativamente ao primeiro-ministro”, disse Fernando Medina aos jornalistas, à margem da conferência anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

O governante afirmou ter sido “surpreendido, como todos os portugueses, pela situação e ainda mais surpreendido pela forma como tudo se tem desenrolado”.

Para Medina, este é um “momento difícil” em Portugal, pelo que é necessária mais informação das autoridades judiciais sobre o processo.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.

António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos, mas já recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

O MP em 10 de novembro deteve cinco pessoas: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa, que no final do interrogatório judicial foram colocados em liberdade.

No total, há nove arguidos no investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, entre eles o ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.