Numa declaração à imprensa no final da III Cimeira Luso-moçambicana, sem direito a perguntas, António Costa salientou que Portugal tem obrigação de “continuar a construir paras as gerações futuras uma relação única com Moçambique”.
“Esta relação é algo que faz de Portugal e de Moçambique uma relação única e não só uma relação entre mais dois países, porque é difícil que encontremos no mundo muito mais países com laços tão aprofundados”, defendeu.
À vontade política de sempre, o primeiro-ministro acrescentou dados económicos, como o desbloqueio recente de várias linhas de crédito que possibilitarão o aumento do investimento do país em Moçambique.
“Está criado um quadro necessário para que a esta vontade política se possam acrescentar condições efetivas para que esse investimento se possa concretizar e possamos continuar a colaborar para o desenvolvimento de Moçambique no interesse comum de ambas as partes”, afirmou, deixando uma garantia ao Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, que fez, também ele, uma declaração sem direito a perguntas
“Pode continuar a contar com Portugal, como sempre, para estar ao lado de Moçambique”, assegurou Costa.
António Costa fez questão de felicitar o Presidente Nyusi “pelo esforço extraordinário” de consolidação de paz que tem feito no seu mandato, considerando que o valor da segurança “é essencial” para que as potencialidades de Moçambique se desenvolvam.
Por outro lado, o primeiro-ministro agradeceu “a forma calorosa” como Moçambique recebeu muitos portugueses que procuraram o país, sobretudo nos anos de crise.
“Hoje não há só grandes empresas portuguesas em Moçambique, há uma miríade de pequenas e médias empresas que aqui estão e generosamente têm sido acolhidas pelos moçambicanos”, destacou.
A esse respeito, António Costa salientou que as inscrições para o seminário empresarial entre os dois países – que se realiza na sexta-feira de manhã – já “bateu recordes”, com mais de 200 inscrições e realçou o reforço que foi feito no Programa Estratégico de Cooperação assinado com Moçambique em 2017, passando de 64 para 202 milhões de euros.
O primeiro-ministro recordou que, apesar de não se realizarem cimeiras bilaterais entre os dois países desde 2014, “não têm faltado ocasiões para encontros ao mais alto nível”, como a presença do chefe de Estado de Moçambique em Portugal na tomada de posse do Presidente da República em março de 2016, visita retribuída por Marcelo Rebelo de Sousa em julho do mesmo ano.
“[Marcelo Rebelo de Sousa] Pediu-me, aliás, para lhe trazer um abraço pessoal, de grande amizade, ao sr. Presidente e a todos os moçambicanos, visto que considera Moçambique a sua segunda pátria”, acrescentou António Costa.
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