O chefe executivo da empresa Moderna, Stéphane Bancel, anunciou que a empresa iria abrir uma fábrica em África, mas não especificou em que país se vai localizar.
“Queremos produzir a nossa vacina [contra a] covid-19, bem como outras vacinas de RNA mensageiro”, disse Stéphane Bancel à agência de notícias France-Presse (AFP).
A tecnologia inovadora do RNA mensageiro (o ácido responsável pela transferência de informações do ADN até ao citoplasma), que desencadeia uma resposta imunológica num paciente sem a necessidade de o infetar com o vírus, é utilizada pelas empresas Moderna e Pfizer-BioNTech nas suas vacinas contra a covid-19, o que foi uma revolução no fabrico de vacinas, a nível mundial.
Contrariamente ao que acontece na produção de outras vacinas, as pessoas que tomam as doses destas empresas criam defesas ao coronavírus sem terem sido infetadas pelo mesmo.
A empresa pretende investir cerca de 432 milhões de euros na sua fábrica africana, a primeira no continente, onde também planeia fabricar medicamentos e ter um sistema de embalagem de produtos.
O anúncio surge numa fase em que as empresas farmacêuticas enfrentam uma pressão crescente para levantar as patentes das suas vacinas contra a covid-19, a fim de facilitar a produção e o acesso em grande escala às doses.
Segundo o gabinete da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, metade dos países do continente vacinaram, com as duas doses, menos de 2% da sua população.
Em julho, a Pfizer-BioNTech anunciou que estava a unir forças com a Biovac da África do Sul, para engarrafar o seu soro na Cidade do Cabo a partir de 2022. Neste caso, o fabrico do RNA mensageiro continuará a ser garantido na Europa.
África registou 294 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 213.093 o total de óbitos desde o início da pandemia, e 11.549 novos contágios, de acordo com os dados oficiais mais recentes.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A covid-19 provocou pelo menos 4.813.581 mortes em todo o mundo, entre mais de 235,76 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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