"A mudança que se passa na Europa, que é uma mudança de geração de políticos, é muito positiva para a vossa geração. Dá-me esperança de ver a mudança de geração na política porque também é uma mudança de como se faz política", afirmou Carlos Moedas.
O comissário europeu falava durante a sessão "Eu, Carlos Moedas, europeísta de Beja", no âmbito do programa Summer CEmp, uma iniciativa da representação da Comissão Europeia em Portugal, que decorre na aldeia histórica de Monsanto, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco.
Durante o debate com 40 jovens universitários, Moedas deixou uma mensagem aos jovens no sentido de terem que lutar para manter o "mundo aberto" e alertou para os perigos da intolerância e dos extremismos que têm surgido.
"Há muita intolerância por aí, neste momento. Lutem por aquilo que têm hoje, porque não é algo adquirido e tudo pode mudar", disse.
Carlos Moedas explicou ainda que os populismos e os extremismos criam fricções que não se conseguem "curar" e adiantou que os políticos têm responsabilidades nisso.
"Os populistas têm uma maneira muito simples de vender alternativas que é sempre a solução mais simples. É preciso cuidado porque isso vem do descontentamento".
Disse também que a atual geração de jovens tem a responsabilidade de se envolver na "boa política" e deixou mais um alerta, ao afirmar que não devem pensar que aquilo que têm hoje não pode voltar atrás, porque isso pode acontecer.
O comissário europeu falou ainda na sua experiência governativa em Portugal, período em que a ‘troika’ esteve presente no país.
"Foi o período mais difícil da minha vida pessoal também. A parte profissional era dura (...). Não havia grande escolha na altura. Tinha que ser feito e alguém tinha que dar a cara por isso", explicou.
Contudo, adiantou que o período que viveu no Governo nunca mais o vai esquecer pelas "boas e más razões".
Carlos Moedas deixou claro que não há nenhum político, seja de esquerda ou de direita, que queira fazer mal às pessoas.
"Queremos fazer bem, porque a definição de político é ajudar as pessoas. Aquele período [troika], nós tínhamos que o ter passado, fosse qual fosse o partido [no Governo]. Não tínhamos grande escolha. Foi muito duro", frisou.
Moedas recordou que o país tinha um empréstimo de 80 mil milhões de euros e estava em causa a credibilidade do país que não se podia deixar cair.
"Governar nesta situação é um governar muito diferente. Tive uma experiência governativa muito diferente do normal", concluiu.
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