“Gostava de deixar aqui alguma tranquilidade sobre a preparação que Lisboa tem em relação a potenciais sismos, e todos nós sabemos que vivemos numa zona do país em que estes sismos podem acontecer. Como engenheiro civil e como alguém que trabalhou nesta área, a nossa cidade está extremamente preparada depois dos anos de 1980, infelizmente não nos bairros mais antigos, mas muito, muito, preparada em termos de engenharia e de construção”, declarou Carlos Moedas (PSD).
O autarca falava numa reunião pública descentralizada da Câmara Municipal de Lisboa, para audição de munícipes das freguesias de Santa Maria Maior, Santo António, São Vicente e Misericórdia, após ter sido questionado por um lisboeta sobre o que está a ser feito na cidade para precaver a possibilidade de ocorrência de um sismo como o que ocorreu na segunda-feira na Turquia e na Síria, uma vez que a capital portuguesa se encontra numa zona de risco sísmico.
“Acredito que existam planos de emergência, mas acho que isso não chega à população, pelo menos eu não tenho conhecimento”, afirmou o munícipe Henrique Sousa, questionando sobre a sensibilização da população, a realização de simulacros e a definição de medidas de preparação, inclusive o que fazer e onde se dirigir no caso da ocorrência de um sismo.
Em resposta, o presidente da câmara disse que Lisboa tem um programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais, denominado ReSist, para “reforçar toda a proteção sísmica dos edifícios”, incluindo “o mapeamento de todos os edifícios que não estão ainda reforçados”.
Carlos Moedas realçou a importância do programa municipal ReSist, que tem ligações à Comissão Europeia e que conta com “muito dinheiro” de fundos europeus.
O autarca destacou a implementação do Sistema de Aviso e Alerta de Tsunami no Estuário do Tejo, com a instalação de sirenes na Praça do Império e na Ribeira das Naus e a definição de percursos de evacuação.
“Se houver alguma catástrofe deste género [sismo] em Lisboa, isso implicaria também um tsunami”, apontou o presidente da câmara, recordando a realização de um simulacro no final de novembro de 2022.
A Câmara de Lisboa tem “distribuído muitos ‘kits’ de emergência” e tem estado nas escolas, existindo “todo um trabalho da Proteção Civil”, frisou Carlos Moedas, indicando que “são muitas” as atividades de preparação da cidade para o risco.
“Obviamente, infelizmente, às vezes não chega a toda a gente, mas gostava de deixar essa palavra de serenidade em relação à preparação que temos a tudo o que é o plano de emergência de proteção municipal: saber para onde é que as pessoas se devem dirigir, quem é que faz o quê, que é das coisas mais importantes num momento de uma catástrofe”, sublinhou o autarca, referindo que tal envolve várias entidades, inclusive a Polícia Municipal de Lisboa e os bombeiros, e a preparação de uma sala de controlo.
“Tudo isso é importantíssimo e, em tudo isso, Lisboa tem essa preparação”, assegurou.
O balanço do sismo de segunda-feira na Turquia e na Síria ultrapassou os 11.200 mortos, de acordo com os números oficiais divulgados hoje.
O sismo forte de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas e de um novo terramoto de magnitude 7,5, que os especialistas disseram ter sido consequência do primeiro.
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