“Em relação aos sismos, a minha afirmação tem a ver com a excelente preparação da nossa equipa de proteção civil, a excelente preparação dos nossos bombeiros e a excelente preparação dos nossos engenheiros”, afirmou Carlos Moedas (PSD), após ser questionado na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa pelos deputados do PEV e do PAN sobre a declaração que fez sobre o risco sísmico na cidade.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa disse que a capital portuguesa está “extremamente preparada” para a possibilidade de um sismo como o que aconteceu na segunda-feira na Turquia e na Síria, inclusive com um sistema de alerta de tsunami.
“Gostava de deixar aqui alguma tranquilidade sobre a preparação que Lisboa tem em relação a potenciais sismos, e todos nós sabemos que vivemos numa zona do país em que estes sismos podem acontecer. Como engenheiro civil e como alguém que trabalhou nesta área, a nossa cidade está extremamente preparada depois dos anos de 1980, infelizmente não nos bairros mais antigos, mas muito, muito, preparada em termos de engenharia e de construção”, declarou Carlos Moedas (PSD), na quarta-feira, numa reunião pública descentralizada da câmara.
Hoje, na reunião da assembleia, o autarca do PSD procurou clarificar as suas afirmações, considerando que “muitas vezes são totalmente retiradas fora do contexto”.
“As minhas afirmações tinham a ver com pontos muito simples sobre a nossa preparação e que reitero: Nós temos dos melhores regimentos de sapadores bombeiros do mundo e provado está, e provado está, e deixo aqui uma homenagem ao que estão a fazer na Síria e na Turquia. Temos um serviço de proteção civil exemplar e aquilo que vivemos nas cheias permite-me dizer que estamos muito bem preparados”, apontou.
Como engenheiro civil, Carlos Moedas sublinhou que a sua experiência lhe permite afirmar que a construção nas áreas novas da cidade está “totalmente preparada”, reforçando que existem “excelentes engenheiros sísmicos” no país.
“Não é comparável a situação da nossa engenharia sísmica, dos nossos regulamentos em termos de engenharia sísmica, com aquilo que se passa, por exemplo, na Turquia ou na Síria, e, nesse sentido, estamos muito bem preparados. Obviamente, que se acontece uma catástrofe, é uma catástrofe, e que temos de estar sempre a preparar”, frisou o presidente da câmara.
O município de Lisboa já distribuiu mais de 1.000 ‘kits’ nas escolas e tem um programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais, denominado ReSist.
“Temos excelentes serviços, temos uma excelente preparação, mas é um trabalho contínuo”, ressalvou o autarca, acrescentando que no centro da cidade, nomeadamente nas zonas históricas, “não há engenharia sísmica que chegue”, porque são edifícios muito antigos.
A vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), revelou que os relatórios de vulnerabilidade sísmica dos edifícios “vão passar a ser entregues em sede de aprovação da arquitetura”, como medida de prevenção do risco, indicando que a câmara em conjunto com Instituto Superior Técnico (IST) está a fazer um estudo com a análise de 100 edifícios, nomeadamente 50 habitações e 50 equipamentos públicos, de diferentes épocas de construção, para ter resultados a partir de junho.
“A partir daí, tirar conclusões sobre a vulnerabilidade dos edifícios em função das suas épocas de construção e qualidade dos materiais”, adiantou a vereadora do Urbanismo, afirmando que “todos os edifícios construídos antes de 1958 têm, à partida, uma maior vulnerabilidade sísmica do que edifícios com outros materiais de construção mais recentes”.
No âmbito do programa ReSist, estão a ser preparadas internamente fichas de resiliência dos edifícios em Lisboa. A câmara está, também, a desenvolver com o IST uma matriz de avaliação da resistência sísmica dos edifícios, cuja informação fará parte das fichas de resiliência. Além disso, estão a ser preparadas com o IST a carta da vulnerabilidade do edificado da cidade, a formação a 100 técnicos e a vistoria a 100 edifícios municipais.
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