“Temos um Governo e um primeiro-ministro que são uns empatas, que não resolvem nada do que é importante, nada do que é estruturante, e que empurram os assuntos com a barriga para a frente”, afirmou hoje Luís Montenegro, que falava aos jornalistas à margem de um “encontro com militantes”, à porta fechada, na sede dos social-democratas em Coimbra.
Enquanto, entre os 28 países da Europa, 21 “crescem mais do que nós” Portugal está “a perder competitividade” porque “este Governo do Partido Socialista faz muitas festas, distrai as pessoas com muitas questões, mas naquilo que é essencial, não resolve os problemas”, sustentou o antigo líder parlamentar dos social-democratas.
“O Partido Social Democrata não pode ser cúmplice nem conivente com isto”, afirmou, considerando que o seu partido “tem de fazer o seu papel”, que “é ser oposição”.
Ao PSD compete, defendeu, “escrutinar a ação governativa e, ao mesmo tempo, ir afirmando a sua alternativa política para que os portugueses possam, nos próximos anos”, ter um “caminho bem mais profícuo para aquilo que são os interesses” e “a qualidade de vida” das pessoas.
“A minha obrigação é esclarecer os militantes dos meus propósitos” e projetos para o PSD e para o País, disse Luís Montenegro, assegurando que o seu objetivo é “vencer estas eleições [para a presidência do partido] na primeira volta, com um resultado robusto”, para “ir à conquista da confiança dos portugueses”.
Sobre a decisão de Rui Rio ter indicado para o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) o advogado Rui Silva Leal, marido de Mónica Quintela, deputada e porta-voz do PSD para a área da Justiça, Luís Montenegro entende, “com toda a frontalidade, que esta eleição só deveria realizar-se depois de 11 de janeiro” (dia da eleição do líder do PSD).
Os mandatos do CSMP e do Conselho Superior da Magistratura (CSM) têm a duração de “um mandato parlamentar” e Luís Montenegro considera que as respetivas eleições deveriam aguardar pela escolha da nova direção do PSD, que “é um dos principais partidos” da Assembleia da República.
“Não faz sentido que uma direção que, a meu ver, está de saída, escolher pessoas [para aqueles órgãos] quando tem mais um mês de trabalho político”, salienta o candidato à liderança do PSD, que “lamenta profundamente que isso tenha sido feito”, tanto mais que estas eleições não têm “nenhuma urgência”.
Na anterior legislatura, as eleições para o CSMP e para o CSM aguardam “uma temporada muito grande” (cerca de seis meses), destacou Luís Montenegro, que, entretanto, “não quer fazer nenhum juízo de valor sobre nenhuma escolha”.
Além de Luís Montenegro, são candidatos à liderança do PSD o atual presidente Rui Rio e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.
As eleições diretas para escolher o próximo presidente social-democrata realizam-se em 11 de janeiro, com uma eventual segunda volta uma semana depois, e o Congresso entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo.
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