“Eu lamento sobretudo que se tente, mais uma vez, por parte do PS, influenciar o rumo da justiça, contrariando até um princípio que foi tantas vezes enunciado”, criticou o líder social-democrata, em declarações à margem de uma visita ao Aeroporto de Beja.
Mas o PSD não está ‘virado’ para o passado e sim para o futuro, afiançou Montenegro: “Nós não estamos hoje a olhar para aquilo que aconteceu no dia 07 de novembro. Nós estamos hoje a olhar para aquilo que vai acontecer no dia 10 março”, data das eleições legislativas.
Nesta deslocação ao aeroporto da cidade alentejana, no arranque do roteiro do programa “Sentir Portugal” pelo distrito de Beja, que decorre até quarta-feira, Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas sobre declarações do primeiro-ministro, António Costa, emitidas hoje pela CNN/Portugal.
Nas declarações, na residência oficial de São Bento, em respostas a questões sobre o seu envolvimento no inquérito judicial que conduziu à sua demissão do cargo de primeiro-ministro no dia 07 de novembro, António Costa considerou que a justiça deve refletir sobre a publicitação de atos em investigação ainda sem suficiente solidez.
Em relação à sua situação pessoal perante o inquérito que o envolve e que corre no Supremo Tribunal de Justiça, António Costa afirmou-se de “consciência absolutamente tranquila”.
Nas declarações, o primeiro-ministro aludiu ainda ao comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre este caso. Costa afirmou que a procuradora-geral da República, Lucília Gago, “enxertou um parágrafo final onde anunciou oficialmente, a Portugal, ao mundo, aos portugueses, que tinha sido aberto um processo” a seu respeito.
Segundo o presidente do PSD, a 10 de março, quando se realizarem as legislativas, “vai acontecer uma mudança política” no país e o seu partido vai “abrir um ciclo novo”, sendo nisso que está “concentrado”.
“As ‘lágrimas de crocodilo’ do Dr. António costa, do Dr. Pedro Nuno Santos, do Dr. José Luís Carneiro não incomodam o caminho do PSD”, contrapôs.
Questionado ainda sobre o que faria perante um comunicado do mesmo teor, caso fosse primeiro-ministro, o líder social-democrata argumentou que “evitaria que o comunicado saísse, porque naturalmente não faria nada que o pudesse motivar”.
“Mas esse é um problema existencial do Dr. António costa no qual eu não me vou imiscuir”, limitou-se a acrescentar.
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