Nascido em 14 junho de 1938, no Barreiro, Daniel Isidro Figueiras Cabrita tornou-se militante do PCP no início da década de 60, tendo também participado "ativamente na luta clandestina contra a ditadura fascista, até abril de 1974", nota a central sindical, em comunicado, onde manifesta "profunda tristeza e consternação" pelo falecimento do antigo dirigente sindical.

Daniel Cabrita foi eleito, em 12 de março de 1968, como presidente da Direção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, mas só tomou posse em janeiro do ano seguinte. Em maio de 1969 foi preso e foi "libertado pouco tempo depois".

O também militante do PCP foi ainda fundador da CGTP (na altura Intersindical Nacional), tendo sido reeleito para a direção no cargo de 1.º secretário, em março de 1971, mas "em 30 de junho de 1971 foi preso pela PIDE-DGS durante as férias, em Sesimbra, e acusado de pertencer ao Partido Comunista", recorda a CGTP, acrescentando que "a sua prisão desencadeou uma enorme onda de protestos e solidariedade, não só a nível nacional, como internacional, por exemplo da CGT francesa ou a CGIL italiana".

Daniel Cabrita foi libertado em 30 de junho de 1973, mas foi impedido de exercer atividades sindicais. Ainda assim, "nunca deixou de agir e intervir nas lutas sindicais", indica a central sindical.

Após o 25 de abril, e no que toca ao panorama político, integrou os gabinetes dos ministros do Trabalho dos primeiros Governos Provisórios, Avelino Gonçalves e Costa Martins, tendo sido também candidato às legislativas de 1980 pelo PCP.

Em 1976, regressou à CGTP, onde se manteve até 2008, como adjunto do secretário-geral e no gabinete de Estudos da Intersindical.

Em comunicado, a CGTP manifesta ainda "a mais sentida solidariedade à família e aos amigos" de Daniel Cabrita e "reafirma o compromisso, que também era o dele, de prosseguir a luta por um Portugal assente no projeto e nos valores de Abril, por uma sociedade sem classes, sem exploradores nem explorados".