A notícia foi avançada esta sexta-feira, 17 de abril, pela SIC.

Daniel Oliveira, diretor de programas, considera esta "uma perda irreparável. O Filipe era um dos melhores atores da sua geração, cuja marca do talento ficará para sempre entre nós. Em nome da SIC, onde o Filipe Duarte trabalhou em projectos como Fúria de Viver ou Teorema de Pitágoras, deixamos as nossas mais sentidas condolências à família e amigos do Filipe."

Ao Expresso esta informação foi também confirmada pelo ator Sérgio Praia, com quem Filipe Duarte contracenou no filme "Variações" (2019).

O ator faleceu em consequência de um enfarte, confirmou à agência Lusa fonte próxima da família. De acordo com a mesma fonte, o ator morreu durante a madrugada, em casa, no concelho de Cascais.

Através do Facebook, a Academia Portuguesa do Cinema refere que "é com a maior tristeza e ainda em choque, que damos a notícia do inesperado falecimento do ator e membro da nossa Academia Filipe Duarte. Está Nomeado para Melhor Actor Secundário nos Prémios Sophia da nossa Academia, pela sua interpretação no filme Variações. Os nossos mais sentidos pêsames para com a sua família e também para toda a família do cinema português."

Entre as primeiras reações a esta morte está a do ator Nuno Lopes, que diz ter ficado "sem palavras". "Que notícia horrível. Um abraço à família. Nem imagino o que estejam a passar. Não tenho palavras. Que dia horrível", escreveu no Twitter.

Nascido em Angola em 1973, de onde saiu para Portugal ainda na infância, Filipe Duarte estudou teatro e foi em palco que se estreou, nos anos 1990, com a Companhia Teatral do Castelo e com o Teatro da Garagem.

No teatro, trabalhou com companhias como o Teatro Meridional e o Teatro do Vestido, mas foi sobretudo no cinema e em televisão que construiu a carreira.

Em televisão, Filipe Duarte fez ainda séries, telenovelas e participou em programas para a infância, deu a voz para publicidade, desenhos animados e videojogos.

"A febre do ouro negro" (2001), A Ferreirinha" (2004), "Equador" (2008) "e "Belmonte" (2013) são alguns dos projetos televisivos em que entrou.

No cinema, entrou em mais de trinta filmes, entre curtas-metragens, telefilmes e longas-metragens, entre comédia, drama e romance e trabalhou com, entre outros, Luís Filipe Rocha, António-Pedro Vasconcelos, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Tiago Guedes e Vítor Gonçalves.

Destaca-se o filme "A outra margem" (2007), de Luís Filipe Rocha, no qual interpreta o travesti amargurado com a vida e que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá.

É ainda de recordar a participação de Filipe Duarte em "A costa dos murmúrios" (2004), de Margarida Cardoso, e ao lado de Beatriz Batarda, rodado em Moçambique.

É nessa altura, de regresso a África já em adulto, que Filipe Duarte decide ter dupla nacionalidade, portuguesa e angolana.

As presenças mais recentes de Filipe Duarte no cinema deram-se com "Variações" (2019), no qual interpretou o fundador da discoteca Trumps, e "Mosquito" (2020), em que volta a interpreta um militar em África, durante a primeira Guerra Mundial.

O mais recente projeto no cinema seria "Nothing ever happened", de Gonçalo Galvão Teles, ainda inédito.