Gilberto Grácio - herdeiro de uma dinastia de construtores de guitarra portuguesa, tendo-se iniciado na arte aos 12 anos, com o seu pai, João Pedro Grácio Júnior - coordenava um atelier de construção de instrumentos musicais de corda em Carnaxide, no concelho de Oeiras, no intuito de passar os seus conhecimentos a gerações mais novas, além da sua oficina no Cacém, concelho de Sintra.
Autodidata, Gilberto Grácio aprendeu trabalhando na oficina do pai. Aos 17 anos construiu totalmente o seu primeiro instrumento, uma viola, que conservou consigo toda a vida.
A sua paixão pelo fado começou na infância, aos seis anos, quando assistiu a uma sessão na Adega do Ramalho, no Cacém, onde tocava o guitarrista José António Sabrosa (1915-1987), marido da fadista Maria Teresa de Noronha (1918-1993).
Gilberto Grácio era apontado como “o mais antigo e conceituado construtor de guitarras”, segundo a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado que o distinguiu como “Sócio de Mérito”, na 1ª década desde século. Em 2012 a Câmara de Lisboa entregou-lhe a Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro.
Em outubro de 2002, Gilberto Grácio foi condecorado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Comenda da Ordem do Mérito.
Entre os músicos com os quais colaborou estão Luís Guerreiro, António Chaínho, Takashi Yuasa, Rui Veloso, Fausto, Paco Bandeira, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho e Carlos Paredes.
A colaboração entre Gilberto Grácio e Carlos Paredes (1925-2004) foi muito estreita, como disse o mestre guitarreiro numa entrevista à Lusa, e desse intercâmbio foi criado um novo cordofone, o guitolão, apresentado em junho de 2005. Idêntico à guitarra portuguesa, mas de maiores dimensões, o guitolão é montado com seis ordens de cordas duplas, tal como a guitarra portuguesa.
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