Nascido no Barreiro, em 1960, Fernando Sobral iniciou a sua carreira na imprensa, na década de 1980, quando era ainda aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, destacando-se desde logo em publicações como o antigo suplemento DN/Jovem, do Diário de Notícias.
Ao longo de quase 40 anos, o seu nome esteve associado a jornais como Semanário, O Independente, Diário Económico, Se7e e Jornal de Negócios, onde foi grande repórter e autor da coluna “O Pulo do Gato”, sobre atualidade política, e da página temática “Oriente”, sobre a Ásia e o Médio Oriente.
No Jornal Económico assinava, desde o ano passado, a coluna “Sociedade Recreativa”, que juntou a uma outra, anterior, sobre relógios, no caderno Et Cetera, onde publicou, esta semana, o último texto.
Em 2020-21, assinou igualmente uma coluna de opinião no jornal Público.
Durante a sua carreira, foi também colaborador de revistas como Ler, Máxima e Sábado, e ainda do jornal Correio da Manhã, onde assinou opinião sobre desporto.
A obra literária de Fernando Sobral soma mais de uma dezena de títulos, entre livros de ficção e não ficção, tendo no romance "A Grande Dama do Chá", uma história centrada em Macau, em vésperas da II Guerra Mundial, conjugando espionagem, música e paixão, a sua última obra de ficção, publicada pela Arranha-Céus, em 2020.
"As Joias de Goa", "Ela Cantava Fados", “Na Pista da Dança”, "O Navio do Ópio", “Torre de Papel”, “O Silêncio dos Céus”, "L.Ville", “O Segredo do Hidroavião”, “Os Anos Sócrates - o grande jogo da política portuguesa” e "Futebol - o estádio global” são outros dos títulos em nome próprio, escritos desde o final dos anos 1990.
Em coautoria, escreveu ainda “Alfredo da Silva, a CUF e o Barreiro”, com Agostinho Leite e Elisabete de Sá, “Os Mais Poderosos da Economia Portuguesa” e “A Teia do Poder”, com Pedro Santos Guerreiro, e “Barings, a história do banco britânico que salvou Portugal”, com Paula Alexandra Cordeiro.
Em 1986, Fernando Sobral foi um dos nomes fundadores da Rádio Universidade Tejo, da Academia de Lisboa, trabalhando mais tarde na antiga Correio da Manhã Rádio, privilegiando sempre a abordagem de temas de arte e cultura e, em particular, a divulgação de novas tendências musicais.
Foi também um dos fundadores da antiga Rádio Sul e Sueste, estação local do Barreiro, sua terra natal.
Na televisão, foi colaborador regular de programas dedicados à música e à literatura, como "Escrita em Dia", na SIC, e "Ler para Crer", na RTP.
"O nosso maior défice é o das ideias", afirmou numa das derradeiras colunas que escreveu, no Público, em junho de 2021, referindo-se a Portugal, para acrescentar de seguida: "Na nossa elite política, ninguém acredita que a cultura e o conhecimento continuam a ser importantes para a sociedade em geral e para se perceber a política global".
Há uma semana, n'O Jornal Económico, Fernando Sobral escreveu: "O horizonte dá as respostas: a crise vai chegar e com muita força. Há um Adamastor à nossa espera".
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