Douglas Duncan, que também era um amigo íntimo Picasso, morreu em consequência de uma "pneumopatia, cercado de seus familiares", anunciou o diretor desse museu do sudeste francês, Jean-Louis Andral. O fotógrafo vivia na Côte d'Azur francesa desde os anos 1960.

"Conheceu Picasso em 1956 e foram muito amigos até sua morte, em 1973", uma amizade que manteve com a viúva do pintor, Jacqueline, e com sua filha, Catherine, acrescentou o diretor.

Duncan nasceu em Kansas City, nos Estados Unidos, em 1916. Estudou arqueologia na Universidade do Arizona e era ainda estudante quando começou, por acaso, a carreira de fotojornalista ao fotografar um incêndio num hotel em Tucson. Entre essas fotos estava a de um hóspede em particular que fez várias tentativas para entrar no edifício em chamas para ir buscar a sua pasta. A foto ganhou relevância ao saber-se que o retratado era o famoso assaltante de bancos John Dillinger.

Depois do ataque a Pearl Harbor que provocou a entrada dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial, Duncan alistou-se nos marines onde acabou por assumir as funções de fotógrafo de guerra. Mais uma vez, as suas fotografias foram notadas e o editor da revista Life convidou-o a juntar-se à equipa da revista.

As fotos que realizou na guerra da Coreia (1950-1953) e que compilou no livro "This is War" são apontadas como um dos seus trabalhos mais relevantes. Já depois disso, Duncan fotografou a guerra do Vietname e publicou mais dois lovros, "I Protest!" e "War Without Heroes", assumindo clara contestação ao governo americano de então.

Tendo se destacado num género especialmente exigente como é a fotografia de guerra, o fotógrafo seria, todavia, recordado por muitos pelas suas fotografias do pintor Pablo Picasso, a quem foi apresentado por outro fotógrafo, Robert Capa. Duncan e Picasso tornaram-se amigos, o que lhe deu acesso único a fotografar o pintor e muitas das suas pinturas privadas, tendo publicado um total de sete livros com esses trabalhos.