“Deixou-nos hoje o Alfredo Tropa. Realizador de inúmeros documentários e programas de televisão, especialmente para a RTP onde trabalhou durante muitos anos, contribuiu também para o cinema português com a realização várias curtas-metragens”, explicita uma nota divulgada na página da Academia Portuguesa de Cinema na rede social Facebook.
O realizador português, que morreu aos 81 anos, vai ser “um dos homenageados com o Prémio Sophia de Carreira 2020, celebrando assim a academia, os 50 anos do nascimento do Centro Português de Cinema”, prossegue a Academia Portuguesa de Cinema, na informação publicada na sua página no Facebook.
Entre as longas-metragens de Alfredo Tropa, que era casado com a realizador Teresa Olga, destacam-se “Pedro Só”, em 1972, e “Bárbara”, em 1980.
Nascido no Porto em 1939, Alfredo Ricardo Rezende Tropa estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, onde se iniciou no movimento cineclubista e realizou a sua primeira curta-metragem, "Inundações", em 1960.
Em 1961, partiu para Paris, com uma bolsa do Fundo do Cinema Nacional, tendo obtido o diploma de realização no Institut des Hautes Études Cinématographiques.
Estagiou na televisão francesa, como recorda o "Dicionário do Cinema Português", de Jorge Leitão Ramos, e regressou a Portugal para participar na fundação da Média Filmes.
Iniciou a carreira como assistente de realização nos filmes fundadores do Cinema Novo português, como “Mudar de Vida“, de Paulo Rocha, e “Uma Abelha na Chuva“, de Fernando Lopes, movimento em que a sua expressão se incluiria, através de obras como "Pedro Só".
É um dos nomes fundadores do Centro Português de Cinema e um dos primeiros cineastas portugueses apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Alfredo Tropa entrou nos quadros da RTP, em 1968. Foi o realizador que acompanhou a investigação do musicólogo Michel Giacometti e do compositor Fernando Lopes-Graça, através de todo o país, e que ficou documentada na série "O Povo que Canta" (1971). Também dirigiu os Arquivos e Documentação da televisão pública.
Na sua filmografia constam curtas-metragens como “Regata” (1968), “Um Homem, Uma Obra” (1973), e as longas-metragens “Pedro Só” (1970) e “Bárbara” (1979).
Para a RTP fez também a série de ficção “Luísa e os Outros” (1987).
Recebeu o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
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