"A sua personalidade é tão grande que é difícil imaginar o desenvolvimento do sistema político da Rússia moderna sem ele", escreveu Volodin no seu canal na aplicação Telegram sobre Zhirinovski, uma personalidade explosiva que sempre evitou, no entanto, opor-se ao presidente Vladimir Putin.
"Ele entendia de maneira profunda como o mundo funcionava e antecipou muitas coisas", completou. Os seus colegas deputados prestaram-lhe uma homenagem, fazendo um minuto de silêncio na Duma.
De acordo com vários meios de comunicação russos, Zhirinovski estava em situação muito frágil desde há duas semanas, após ter contraído covid-19. Já Volodin falou de "doença prolongada".
O Ministério da Saúde disse às agências de notícias russas que "grandes especialistas, médicos, lutaram até o fim pela sua vida".
Na memória dos russos ficarão os seus discursos inflamados, as suas aparições-surpresa ou as suas explosões aguerridas, quando, por exemplo, atirou um copo de água e insultou um adversário num debate, ou nas frequentes lutas com deputados dentro do Parlamento.
O seu último grande ato público remonta a 22 de dezembro, quando previu que 2022 "não será um ano pacífico, será o ano em que a Rússia voltará a ser uma potência", e convidou a "aguardar o 22 de fevereiro".
Coincidência, ou não, foi nesta data que Putin reconheceu os separatistas pró-russos do Donbass ucraniano, antes de lançar a sua invasão a este país vizinho, dois dias depois.
A sua morte "é um golpe para a Rússia, para o exército dos seus seguidores", lamentou o Partido Liberal-Democrata (LDPR), movimento por si liderado durante mais de 30 anos.
Posicionado na extrema direita, Vladimir Zhirinovski participou em quase todas as eleições presidenciais da Rússia moderna e o seu partido sempre esteve representado nas instâncias locais e nacionais, desempenhando o papel de oposição barulhenta, mas não rebelde.
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