“A Madeira e o que aconteceu na Madeira nas últimas eleições regionais mostra como é importante essa clareza, como é importante cada partido dizer aos eleitores o que é que vai fazer no dia a seguir às eleições”, declarou Mariana Mortágua, referindo-se ao acordo de incidência parlamentar que o PAN assinou com a maioria PSD/CDS-PP, que ficou a um deputado da maioria absoluta no parlamento regional nas eleições de setembro do ano passado.
Falando no encerramento da X Convenção do BE/Madeira, no Funchal, na qual Dina Letra foi reeleita coordenadora da estrutura regional do partido com 93% dos votos, a dirigente bloquista salientou que “a direita perdeu a maioria absoluta e o PAN devolveu a maioria absoluta à direita contra tudo aquilo que tinha dito na campanha e traindo os eleitores que votaram no PAN”.
“É por isto que é preciso ter clareza, ter clareza é dizer ao que se vem, para que toda a gente, quando vai pôr um voto na urna, saiba o que aquele partido vai fazer. E não é fazer como o PAN, que antes das eleições critica o PSD e depois das eleições faz um acordo com o PSD para lhe dar a mão para manter a maioria absoluta aqui na Região Autónoma da Madeira”, reforçou.
A coordenadora do BE considerou ainda que as medidas presentes no acordo de incidência parlamentar “são inócuas” e “já estavam quase todas nos planos da direita”.
“Todos os grandes atentados ambientais nesta região têm agora a assinatura de mais um partido: o PAN”, acusou, acrescentando que “já nada comove o partido que dizia ser da natureza”.
“Querem saber o que é uma fraude política? Olhem para o PAN na Madeira e nos Açores”, afirmou ainda.
Mariana Mortágua usou o exemplo do PAN na Madeira para defender que para as eleições legislativas de 10 de março “cada candidato tem de se apresentar a debate com propostas” que não sejam “vazias e inúteis”, vincando que com o BE “não há jogos escondidos”.
A coordenadora do BE notou, por outro lado, que olhar para a Madeira hoje ajuda a “perceber as escolhas” em causa nas legislativas, argumentando que a direita na região “já é AD [Aliança Democrática]” e “nem por isso trouxe qualquer novidade”.
“Compadrio e atraso, jovens que emigram, trabalhadores aflitos, reformados que não conseguem chegar ao fim do mês. Se a maioria absoluta do PS foi uma desgraça, a direita já mostrou que não é alternativa, só faz pior”, afirmou.
Mariana Mortágua referiu-se igualmente aos “outros partidos que têm feito campanhas tão vocais” e que “têm estado tão caladinhos” e “nunca foram capazes de afrontar um poderoso” porque “recebem dinheiro dos milionários para fazer aquilo que sabem fazer melhor: nada”.
A bloquista sublinhou que o BE “é feito de outra fibra” e não tem medo de enfrentar “os interesses económicos, os poderosos que vivem da especulação e da exploração dos baixos salários”.
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